Capítulo 65- Um problema as vezes é solução.

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MAYARA

— Onde vocês conseguiram isso? —Mac examina o pen drive.
— É uma longa história.— Respondi. — Mas ao que tudo indica era isso que Hugo estava tentando recuperar. Você acha  consegue acessar?

Ele olha para mim com diversão. E sem dizer nada, prostrou-se em frente ao computador. Eu me sentei ao seu lado lado conforme ele fazia todo o processo. Poucos minutos depois ele ergueu a cabeça e encarou diretamente a mim.

— Consegui localizar o arquivo — Ele disse, aparentemente tão tenso quanto nós— Mas a pasta está protegida com senha.
— Quanto tempo para você conseguir
resolver isso?
— Eu não sei. Minutos, horas. Tudo depende do tipo de programa que foi
usado.

Mac retornou a sua atenção para o que
estava fazendo.  Cada pequena célula dentro de mim grita em ansiedade conforme ele faz sua mágica. Entretanto, horas se passam desde que Mac começou e meu coração afundou um pouco quando não vi resultados. Todo o pensamento razoável tinha desaparecido naquele momento. Eu preciso fechar meus olhos quando começo a sentir o pulsar de uma dor de cabeça começando a se formar.

— Mayara, vá para casa. Quando eu consegui os resultados eu te aviso. —Mac diz pela vigésima primeiro vez.
— Ouça ele, May — Cheryl tenta.

Eles estão tentando me empurrar para casa há alguns trinta minutos, quando minhas emoções começaram a levar o melhor de mim. Estou tentando controlá-las o melhor que posso porque não vou fazer isso que eles estão me pedindo. Existe algo importante nesse pen drive, eu sei, e eu não vou conseguir dormir até que ache o que é.

— Eu lhe disse para esperar até de manhã.
— E eu disse que prefiro esperar...
— Você está querendo passar mal? Porque deixe-me dizer uma coisa, a falta de sono não é nenhum pouco bom para Ness. Você vai se cansar a ponto de ficar doente. E se algo te acontecer... — As palavras dele vacilam, e posso dizer o quanto ele teme por isso. — Você não pode tratar o seu corpo assim. Você está desgastada e com olheiras. Precisa descansar um pouco para que o seu corpo não sinta tanto.
— Então me ajude, porque eu não vou conseguir dormir sabendo que existe algo importante  que pode ajudar Dex a voltar para casa vivo. Eles estão quase sem esperanças e com certa desvantagem. Como é que eu vou dormir? Como é que eu vou ser paciente sabendo que o que quer que esteja nesses arquivos, pode mudar o curso das coisas e fazê-lo voltar para mim mais rápido?

Passando a mão pelo cabelo revolto, Mac  libera uma respiração pesada e sucumbe à minha ansiedade.

— Tudo bem, você consegue mais café para mim?

Aliviada e grata pela sua ajuda, eu vou para a cozinha para encher a chaleira e moer os grãos para a cafeteira francesa. Eu me mexo em torno da cozinha e coloco algumas coisas na bandeja de café. Quando a chaleira apita, eu derramo a água na garrafa de vidro e sobre a bandeja. Eu volto para o quarto e coloco a bandeja sobre a mesa. Estendo a mão e pego uma caneca e derramo o café.

— Obrigado. —Mac toma um gole e depois recomeça seu trabalho, seus dedos digitando rápido.
— Você é tão teimosa, querida. — Charyl diz, a voz já baixa de sono.

Ela se serve com café e senta do lado esquerdo de Mac. O incessante tique-taque do relógio cumprimenta a madrugada. Sons do relógio, suspiros de Casper dormindo no sofá e toques nas teclas do laptop são os únicos ruídos na sala. Após um momento que mais pareceram horas, Mac ergueu a cabeça para nos encarar.

— Finalmente consegui.
— E então? — Perguntei, ansiosa.

Ele permaneceu em silêncio por míseros minutos. Voltou a digitar algo no
teclado do laptop e, em seguida, ergueu novamente o rosto.

Parece que foi ontem Onde histórias criam vida. Descubra agora