Capítulo 49-Teu olhar ainda gera desconfortos.

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MAYARA

Quando acordei na manhã seguinte, estava seriamente me perguntando o que diabos tinha acontecido ontem. Eu sabia que não podia ter sido um sonho. Eu estava no quarto de Romeu e ele me deu um orgasmo.

A-con-te-ceu.

— Meu Deus!—Eu cubro meu rosto com as mãos.

Isso realmente aconteceu.

Ele realmente aconteceu.

Não foi um sonho.

Aqueles eram na verdade seus lábios contra os meus.

Existiram mesmo suas palavras rudes, enquanto seus dedos estavam em mim.

Estou sem fôlego, meu coração se agita com as lembranças que ainda sinto em minha pele, eternamente impressas. E o pior de tudo, estou sentindo coisas que eu não deveria estar. Como o quão incrível é o  corpo dele envolto ao redor do meu e do desejo de nunca mais sai.

Querendo mais. Querendo ele.

Eu arrasto meus pés para o chão, enrolada no lençol. Segurando minha respiração, eu espero para ter certeza de que eu estou sozinha, então tão silenciosa quanto
humanamente possível, eu vou na ponta dos pés, pegando minhas roupas jogadas.
Tomo-as comigo e eu vou para meu quarto inundada de nervosismo. Romeu não estava à vista, e parte de mim estava  aliviada por não ter que vê-lo agora, mas outra parte se questionava por que ele não estava ao meu lado e nem me acordou.
Isso me lembra que, embora Romeu
tenha finalmente cedido, nada mais mudou de verdade.

E ainda tudo mudou.

Era confuso e eu ainda não conseguia explicar, mas pretendo manter essa leveza em meu coração. Eu me recuso a deixar meus pensamentos ficarem sérios demais, me recuso a ter qualquer coisa diminuída.

Por hora, quero apenas aproveitar.

Com um sorriso no rosto, eu pego meu roupão e vou para o banheiro, me encarando no espelho, para ver se pareço diferente. Me sinto diferente em todos os sentidos, como se algo dentro de mim estivesse finalmente destrancado. Meus olhos parecem mais azuis e mais escuros ao mesmo tempo, minhas bochechas estão com um tom de vermelho claro, e meus lábios estão pintados com o tipo de rosa que vem depois de beijar demais.

Eu corro meus dedos para abrir o roupão, olhando para o meu reflexo eu quase salto com o que vejo. Havia marcas rosadas na pele acima dos meus seios e um chupão no meu pescoço.

— Puta merda! — Xingo, flash de imagens na minha mente da noite anterior, fazem-me doer em todos os lugares certos.

Depois que eu tomo banho e me visto, tento cobrir as marcas que Romeu havia
feito com um pouco de maquiagem. Quando finalmente me arrasto para a cozinha, encontro Ayla lá dentro, cantarolando enquanto ela coloca algo em uma tigela.

— Bom dia, Ayla — Eu  digo, fazendo-a pular assustada.
— May! Eu não ouvi você chegando.

Ela sorri e eu imito o gesto.

— Você dormiu aqui? — Pergunto.

Ela nega com a cabeça.

— Dex me disse que você está sempre sozinha durante as refeições, mas não gosta. E como eu sempre chego cedo demais para o trabalho, pensei que poderíamos começar a compartilhar o café da manhã.
— Eu adoraria, se isso não for te atrapalhar. Será incrível ter alguém além dos utensílios para conversar.

Ela ri.

— Eu entendo. E de nenhuma forma me atrapalha, eu tenho tempo antes de iniciar. Agora especialmente, porque quando o clube está em bloqueio, os funcionários dormem no complexo. O que me deixa com bastante tempo antes de começar a trabalhar.
— Certo.— Eu me inclino contra o balcão e vejo enquanto ela continua a mexer. — O que você está preparado?
— Estou fazendo waffles. Você gosta?

Parece que foi ontem Onde histórias criam vida. Descubra agora