Capítulo 52-As pessoas...somos engraçados as vezes

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MAYARA

— Já estava pensando que você tinha esquecido— Ayla diz quando eu virei a esquina da cozinha.

Estiquei meu corpo como uma gata satisfeita, sentindo cada músculo queimar. Era uma sensação boa. Eu não tinha tido esta grande sensação castigando meus músculos desde a aula intensa de ginástica que Luana me arrastou uma vez e levou a uma hora de alongamentos.

— De forma alguma. Apenas fui dormi tarde demais ontem— Eu digo sorrindo.
— Noite muito boa? — Ela provocou, trazendo lembranças que enviaram arrepios pela minha espinha.

E o fato de que sua sugestão era porque ela sabia sobre mim e Romeu não me incomodou tanto quanto provavelmente deveria.
— Sim.

Me servindo de um pouco de vitamina, eu tomo um gole nervoso.

— Eu tenho certeza que sim— Disse a voz baixa e rouca  de Killer— Eu perdi a noção do número de gritos e súplicas vindo
daquele lado da casa.

No meio de engolir, engasgo com o líquido, cuspindo e ofegando. Killer salta em minha direção e parece que está prestes a mergulhar para fazer alguma manobra de desobstrução das vias aéreas.

Coloco a mão para detê-lo e falo com tensão. — Estou bem. Água.

Ele pega um copo e enche enquanto tento recuperar o fôlego. Minha garganta arde conforme bebo a água.

— Você tem certeza que está bem?

Bato no meu peito conforme tudo finalmente faz o seu caminho para baixo no tubo certo.

— Estou bem.

Killer sorriu, exibindo dentes perfeitos que combinavam muito com toda sua beleza.

— Você não deve tentar falar ao engolir.—Ele diz.
— E você não deveria dizer coisas inapropriadas.
— Você começou isso, esquecendo que meu quarto é ao lado. — Ele brincou e veio ao redor e me envolveu em um abraço de urso, seu enorme corpo me deixando em um casulo.

A partir do olhar dele, você nunca iria adivinhar que Killer era um cara fofo e carinhoso.

— Como está minha Nesse? —Sua mão desceu para alisar minha barriga.

Eu deixo cair a minha cabeça em minhas mãos.
— Ela está bem.— Eu levanto a cabeça, balançando-a para ele.— Quantas vezes vou precisar dizer pare você parar de chamá-la assim? É um apelido terrível.

Ele sorri, e eu acabo fazendo o mesmo.
— Espere até ela nascer. Ela vai amar isso— Ele pisca, se curvando para beijar minha barriga sobre o tecido da minha blusa e sussurrar algumas palavras contra ela.

Involuntariamente eu coloco minha mão em seus cabelos. Killer fazia esse movimento em tantos momentos diferentes que eu já estava acostumada, mas dessa vez por alguma razão eu me senti pega quando encarei Ayla. Ela me fez sentir apanhada. Como uma criança a fazer algo impertinente que eu não deveria estar fazendo. Especialmente quando seus olhos brilharam com algo parecido com ciúmes.

— Hmm, então Ayla. O que vamos fazer para o café de hoje? — Eu me afastei de Killer delicadamente.
— Eu estou fazendo panquecas. Também pensei em fazer ovos mexidos acompanhados de torradas com manteiga e bacon— Ela diz sorrindo para mim. Mas não havia calor naquele sorriso.

O que eu estava perdendo aqui?

— Você nunca decepciona, linda. Eu adoro panquecas.

Killer fez o seu caminho até Ayla e colocou as mãos em seus ombros, inclinou-se e apertou os lábios para o espaço logo
abaixo da orelha. Ele sussurrou algo
no ouvido dela e seu rosto ficou mole novamente.

Parece que foi ontem Onde histórias criam vida. Descubra agora