Capítulo 5-Viva o hoje, foda-se o amanha, porque talvez você não tenha um amanhã

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» MAYARA«

O homem para quem eu dancei, inteiramente à fantasia dele me devorando, não me deu tempo algum para entender a situação. Prensou-me contra a parede com seu corpo duro, enfiando o joelho entre as minhas pernas e segurando meu rosto entre suas mãos grandes. Em seguida, me beijou duro, forte, profundo, enfiando sua língua em minha boca, fundo, mostrando quem estava no controle. Eu mal conseguia retribuir o beijo. Eu mal conseguia pensar.

Ele estava no controle.

― Eu estava assistindo você dançar, você parecia selvagem.—  Ele disse encarando meus olhos com o seu olhar penetrante.
— Eu vi você.—Eu mal podia recuperar o fôlego.

Nós já estivemos perto no bar, mas não tão perto. Não com o meu rosto em sua garganta e o cheiro dele me cercando. Ele não cheirava como os homens na pista de dança, inundado em colônia. Ele apenas cheirava impecavelmente, como um homem que cuidava de sua aparência, e que também tinha um toque de uísque em seus lábios.

— Por que você sumiu? —Perguntei e mordi meu lábio inferior, um sorriso suprimindo.
— As coisas estavam ficando difícil para mim. —Ele pegou minha mão e apertou-a com firmeza para onde ele estava ereto, já arqueando em minha palma.

Sorri com o canto da boca e passei a língua pelos meus lábios, sentindo o gosto do motoqueiro ali.
— Isto é por me ver dançar?—Eu era incapaz de olhar para longe.
— Sim. Você sempre faz tal performance?

Se eu não estivesse tão atordoada, eu teria rido.
— Nunca. —Respondi e ele me estudou, o sorriso ainda em seus olhos, mas seus lábios fixos em algo mais pensativo.
— Venha para minha casa?
— Não. Não há nenhuma maneira de eu estar deixando esta boate com você.
— Mas eu preciso está dentro de você já que você esteve me dando um olhar de “me foda” a noite toda.

Cruzei os braços sobre o peito.
— Oh, é mesmo?

Quando ele se inclinou para perto de mim, sua respiração queimou minha bochecha. Quase involuntariamente, meus olhos se fecharam em sua proximidade. Eu odiava os sentimentos que ele estava provocando em mim, mas ao mesmo tempo eu queria saboreá-las e explorá-las.

— Sim, você está louca para saber como é estar com alguém como eu, um motoqueiro. Uma boa garota como você quer saber se todos os rumores são verdadeiros.
— Você é muito seguro de si mesmo.
— Tão certo quanto a calcinha molhada que você está ostentando agora. — Disse e meus olhos se arregalaram.

Com um sorriso convencido, ele desceu as mãos pelas minhas costas, fazendo a curva da minha bunda, parando bem no meio dela e apertando-me contra seu quadril.

— Vamos, me deixe te mostrar como é ter um motoqueiro na cama. — Ele disse baixo contra o meu ouvido. Em seguida desceu pela linha do meu pescoço com a língua, tateando até o osso da minha clavícula, arrepiando minha pele e fazendo-me ofegar.
— Você não é um psicopata, não é?—Perguntei entrecortado, sentindo seu corpo se encaixar no meu.

Rindo, ele se inclinou para beijar minha bochecha.

— Você está me fazendo sentir um toque de loucura, mas não, eu não sou.
— É bom que esteja falando a verdade, do contrário terá uma morte beeem lenta. —Eu ameacei, e depois pressionei minha mão espalmada no peito dele.

Ele sorriu e começou a brincar com seus lábios sobre os meus, sem me beijar, puxando meu lábio inferior com os seus.
― Eu quero você — Ele insistiu— Desde que  eu a vi. Eu quero. E eu não estou disposto a desistir.

Mordiscando meu lábio, eu olhei para o corredor escuro. As luzes estavam piscando arrítmicas e a música tão alta que senti como se ela sequestrasse o meu pulso.

Parece que foi ontem Onde histórias criam vida. Descubra agora