Parece que foi ontem

Capítulo 30-Toda mudança requer esforço e gera desconfortos.

MAYARA

A comemoração com toda aquelas pessoas dançando e bebendo foi mil vezes pior do que eu imaginava. Poucos minutos após chegamos, Dex pediu para me servirem algo para o jantar e então sumiu. O filho da puta simplesmente me largou em uma mesa com um prato de frango, batatas e legumes. O gosto era delicioso, e em outra ocasião eu com certeza limparia o prato, mas eu estava desconfortável demais para isso. Eu mal tinha comido um quarto da comida que estava disposta diante de mim porque durante as poucas garfadas que dei, eu olhava para cima do meu prato apenas para encontrar um ou mais olhares afiados para mim. Eu me sentia completamente deslocada ali, rodeada de tantos rostos estranhos. Procurei diversas vezes por Amelie mas não encontrei ela, e Ayla estava bastante ocupada servindo bebidas no balcão.

— Mayara, não é?

Um toque no meu ombro me fez pular fora da minha pele. Quando me recompus o bastante para virar a cabeça, uma  mulher com cabelo pintado de loiro e olhos verdes, estava me olhando com...hostilidade?

— Sim, esse é meu nome — Eu digo.

Um sorriso passou pelas suas bochechas.

— Você tem quantos anos? Doze? — É impossível não perceber o deboche em sua voz.

Eu passo meus olhos por toda sua extensão. Ela é alta, muito alta. E por isso o pequeno vestido que ela está usando deixa muita pele exposta.

— Por que minha idade te interessa? — Eu devolvi, na denfessiva.

Seus olhos se estreitaram.

— Como você conseguiu sua pequena rata?
— Fúria queimava em seus olhos enquanto ela me encarava.

Qual era o problema dela?

Sacudindo a minha cabeça e encarei ela enviando meu sorriso mais ácido
— O que eu consegui exatamente?

Ele ergueu uma sobrancelha em desafio.

— Vai se fazer de sonsa?
— Por enquanto, apenas estou tentando descobrir a merda que você está falando.

Ela franze os lábios como se não acreditasse em mim.

— Não tente me enganar, eu sei que você é a garota que ficou grávida de propósito para tentar manter Dex —Diz ela, zombando de mim.

Espere, toda aquela demonstração público de ódio direcionado a mim era por simples e puro ciúme?

Estou de repente com tanta raiva que minhas bochechas começam a queimar.
— Você acha que ele vai te reevindicar? —Ele continua, veneno escorrendo de seus lábios.

Eu estou indo rebater o que ela diz quando fui interrompida por uma voz familiar.

— Ok, Shay, já chega de incomodar Mayara.

Era Ayla, e sua presença traz um certo alívio.

— Pode deixar, Ayla. Eu agora estou curiosa sobre o que ela me acusava. —Eu cortei um olhar fulminante para Shay— Então, você disse que eu engravidei de propósito?

Ela devolve o olhar para mim, com tal intensidade de queimadura que me surpreende que o salão não exploda em chamas.

— Exatamente.— Ela cospe. — Uma gravidez completamente forçada.

Eu ri.

— Certo, porque esse era o meu sonho na vida— Digo sarcasticamente. — Não era terminar a escola e ir para universidade e me tornar uma advogada. Mesmo com tanto dinheiro que mesmo que meus pais deserdam-me eu ainda seria muito mais rica do que você seria capaz de imaginar, meu sonho real era de engravidar para segurar um homem. Você é realmente inteligente, você sabe disso?