ROMEU
Os Schillers não me impede quando carrego Mayara para o carro. Mesmo respeitando o pedido dela, notei a expressão angustiada nos rostos do seus pais e irmãos. Parte disso era preocupação por ela, mas outra parte era a própria angústia pessoal, porque Mayara tinha chamado o clube de casa, ela me abraçou como se eu fosse a única forma que ela pudesse respirar novamente. O último fio da sua sanidade. Eu sabia que tinha doído pra caralho neles, ver sua filha tão bem criada e cuidada escolher um lugar que ia contra tudo que acreditavam.
Provavelmente estava sendo tão duro como para ela. E eu sabia que não era a melhor das ideias, mas eu não podia negar isso à ela. Ela precisa estar no lugar onde se sentia bem, nos seus olhos era visível o arrependimento, culpa, tristeza e uma abóbada cheia de outras emoções giraram em torno deles.Não admirava que ela estivesse uma bagunça.
Quando comecei a ir em direção ao carro, senti a mão de Nicolas nas minhas costas. — Eu confio em você, Dex. Cuide bem dela.
— Você tem a minha palavra. —AfirmeiE o momento em que entrei no carro, os dedos de Mayara se entrelaçaram com os meus e ela não soltou enquanto eu dirigia para o complexo. Mas ela está em silêncio todo o caminho para casa, e embora se acalmou consideravelmente, manteve a testa enrugada e as sobrancelhas franzidas. Tanta coisa estava acontecendo naquela cabeça dela, e a maior parte dela era ela se espancando sobre o perigo que sua amiga havia sido exposta. E enquanto ela estava se sentindo totalmente culpada por não falar, eu estava quieto também. Ela estava muito perdida naquele momento, e se eu contasse a gravidade da situação de Cheryl iria piorar as coisas.
Era um grande e fodido impasse.
Quando estacionei em frente ao nosso prédio, o lindo rosto de Mayara estava virado para mim, seus olhos fechados e sua expressão relaxada. O medo e a preocupação haviam sido perdidos em meio ao cansaço.
Erguendo minha mão, passei os dedos pela suavidade de sua bochecha rosada.
— Mayara, chegamos— Eu murmurei, tentando acordá-la.Seus belos olhos azuis se abriram, um sorriso se formando em seus tentadores lábios.
— Hora de ir para a cama.
Ela bocejou, empurrando a porta aberta. Quando começou a colocar o pé no chão, eu fui mais rápido e saí do carro, dando a volta para pegá-la no colo, varrendo-a em meus braços.
Uma risadinha escapou de seus lábios. Eu tinha sentido falta daquele som. Era muito melhor do que por telefone, e eu sabia que naquele momento, eu faria o possível para fazê-la fazer isso muitas vezes.
— Você me pega como se eu não pesasse nada. E olha que eu ganhei alguns quilos nesses trinta dias— Ela disse em
meu peito, tremendo quando o vento soprou seu corpo quente.
— Porque você não pesa — Eu zombei. — Cada curva que você tem, eu não trocaria pelo mundo.Ela suspirou audivelmente, se derretendo mais no meu colo. Subi para nossa casa e segui para meu quarto. Eu puxei os cobertores para baixo, embora não muito habilmente considerando que eu estava segurando ela, e então a deitei e a cobri.
— Você vai se deitar comigo? — A timidez e o medo em sua pergunta me fez morder uma maldição.
— Claro. Deixe-me ir tomar banho. Eu volto já.Depois de tomar o banho mais rápido que consegui, voltei para uma Mayara adormecida. Olhei para ela por longos minutos apenas para me certificar que ela era real, que isso era real. Nós estávamos
finalmente no mesmo quarto, e não era minha imaginação que estava pregando peças em mim. Removendo minha toalha, eu subi na cama, recolhendo-a em
meus braços.Minha boneca.
Eu beijei a parte superior de sua cabeça, e sua perna balançou sobre a parte superior de minhas coxas enquanto sua cabeça descansou em meu peito. Eu a puxei para perto e adormeci.
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Parece que foi ontem
RomanceRomeu González já tinha chegado ao seu limite, desistido de tudo e de todos. Havia parado de acreditar no amor e o seu mundo era pintado de preto. Isso até Mayara Schiller aparecer e mudar sua vida. Ele não estava esperando por aquilo e ela também n...