Capítulo 80-A maior força do mundo é o amor.

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ROMEU

— Pai, por favor faça alguma coisa. Não é seguro ter esse bebê aqui. Eu preciso do meu médico e de enfermeiras.— Ouvi a voz estridente de Mayara quando me aproximei da janela aberta do carro. — E onde está Romeu? Eu quero ele. Agora.

Ela se dobrou quando provavelmente uma contração surgia.

— Boneca, eu estou aqui. Está tudo
bem. —Eu peguei sua mão e apertei.

Mayara me olhou.

— Motoqueiro, eu não quero fazer isso aqui. Temos de ir para o hospital.
— Parece que o carro com o vice presidente sofreu um atentado. Está tudo parado e ninguém passa da barreira da polícia— Prez diz quando chega ao lado do carro.
— Eu vou pedir o helicóptero, princesinha — Adam diz, tão desesperado quanto eu.
— Obrigada.— Mayara sorriu tanto quanto conseguia
— Me deixe vê como estão as coisas aí em baixo— Dandara ajeitou-se entre as pernas de Mayara.—  Hummmm... muito bem...
hummmm...
— Então?
— Você está com uma dilatação de seis. — Ela disse. — Acredito que com as contrações diminuindo os intervalos como estão, seu parto esteja bem próximo. Então se esse helicóptero não chegar logo, teremos que realizar o parto.

Outra contração fez Mayara contorcer seu corpo em agonia. Quando ela se recuperou, lágrimas escorriam pelo seu rosto, mas ela conseguiu gritar — Aaaaaaaaaahhh... Papai... Você precisa me tirar daqui agora. Eu não vou ter minha filha aqui.

Adam correu para o carro alarmado, o celular ainda agarrado em seus dedos enquanto ele latia ordens.

— Aaaaaaaaaahhh... Eu não posso aguentar... não vai dar certo — Mayara diz com os dentes entrecerrados.

Naquele instante a teoria de que as mulheres  deveriam ser consideradas o sexo frágil estava caído por terra.

Quando um homem em sã consciência teria a estrutura para aguentar aquele tormento?

— Oh... Meu Deus! Agora a dor é maior... — Ela disse e a mãe olhou por baixo do vestido— Jesus! Eu vou morrer!
— Claro que não vai, amor. —Sua mãe estendeu as mãos para o rosto dela. — Filha, olhe para mim.

Levou alguns momentos para ela se acalmar o suficiente para olhar para sua mãe.

— Vai dar tudo certo. Você e a bebê vão ficar bem, tudo vai dar certo.— Ela diz, acariciando a testa da filha.

Com essas palavras e toque, o corpo inteiro de Mayara pareceu relaxar. Ela suspirou profundamente e apertou minha mão. Eu me inclinei e dei um beijo longo e demorado.

— Você está sentindo-se bem agora?
— Claro que não. Que pergunta ridícula. — Ela disse ácida.
— O quê?
— Meu Deus... cada contração dói pra caralho. Estou com a impressão que quero fazer xixi toda hora e puta merda...
estou sentindo dor.
— O que posso fazer por você? —Eu queria sentir a dor por ela, se aquilo aliviasse ao menos um pouco o desconforto óbvio que ela mostrava.
— Apenas segure minha mão e fale
comigo quando a dor ficar ruim.
— Eu posso fazer isso.—Sussurei.

Cerca de meia hora depois o helicóptero chegou. Trinta minutos desgastantes e cheios de dor, suor e lágrimas. Mayara queria ir para o hospital. Logo em seguida já não queria, só queria que a bebê nascesse. O helicóptero demorou ainda mais quinze minutos para conseguir pousar, então corremos para levar Mayara para dentro.

— Ok, encontramos vocês no hospital. —Noemi disse.
— Não! mamãe! Você precisa ficar e me ajudar! — Mayara disse desesperada.
— Certo, querida. Dandara e Amelie vocês vem conosco também.

Parece que foi ontem Onde histórias criam vida. Descubra agora