Capítulo 8- A mudança é a chave daquela porta que você almeja tanto entrar.

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MAYARA.

Com os fluidos contínuos entrando para o meu sistema eu estava começando a me sentir melhor do que me senti em muito tempo. Mas meu estômago ainda estava revirando. Escuto murmúrios vindos de um canto do quarto, mas me recuso a desviar meus olhos da televisão. Eu realmente não estou assistindo, mas apenas como uma distração, eu fico olhando para a tela. Meus dedos torcem uma mecha do meu cabelo e tento controlar a minha ansiedade. Constance não ouviu meus apelos e informou a diretora sobre minha eventual condição. E apenas trinta minutos depois, eu entrava em um hospital, acompanhada de Cheryl e Nicolas. Meu irmão estava sempre tentando olhar para meus melhores interesses, e foi por isso que eu pedi que ligassem para ele. Eu sabia que ele estaria lá comigo em tudo, mesmo quando ele não tinha que estar.

— Independente do resultado, vai ficar tudo bem.—Ele murmurou.

Eu não pude responder, o medo estava se espalhando por meu sistema lentamente. Eu faço o meu melhor para controlá-lo, mas em vez disso eu me vejo tendo rápidas respirações superficiais. Mais ainda assim, meu coração incha sabendo que, mesmo quebrado, Nicolas ainda é minha base, e ele ainda é o que mais me entende.

— Aqui está o resultado. — A voz serena do médico corta através dos meus pensamentos.

E pela primeira vez desde que adentrei nesse hospital, eu viro minha atenção para alguém além da televisão.

— Pronta? — Ele  pergunta, dando-me um sorriso hesitante, ele parece bastante temeroso. 

Eu aceno, apertando os apoios da cama tão intensamente que as pontas dos meus dedos ficam brancas.

— Parabéns. Deu positivo. Você está grávida. — Ele anuncia.

Forma-se um nó na garganta, a pressão retorna ao meu peito, e eu tinha certeza de que estava tendo alucinações. O médico não poderia ter acabado de confirmar que eu estava grávida.

Não. Não. NÃO!

Balancei a cabeça freneticamente. O monitor cardíaco ligado ao meu peito estava apitando furioso. Meu coração estava disparado com o meu medo, pavor, ansiedade.

— Isso não pode ser. Verifique novamente. Os testes estão errados.

Ele tinha que estar errado. Apenas tinha que estar. Por favor, esteja errado.

Porque se ele não estava errado, a minha vida ia ser destruída.

— Mayara.... — Cheryl toca meu braço.
— Verifique novamente porra! — Eu grito.

O médico franziu a testa com a minha reação, e abriu a boca para dizer alguma coisa. Mas não tenho ideia sobre o que era
porque de repente a porta para a sala de exame foi aberta e meus pais invadiram. Naquele momento eu soube que estava em apuros.

Muitos apuros.

Antes que eu pudesse esboçar qualquer reação, minha mãe estava ao meu lado e meu pai estava empurrando o médico para fora do seu caminho para chegar a mim.

— Minha filha. — Minha mãe estava passando as mãos sobre o meu cabelo.

Ela estava pálida, tremendo, e havia
lágrimas em seus grandes olhos castanhos.

— Viemos assim que soubemos do seu desmaio. — Meu pai estava segurando minha mão. — Eu sinto muito que não chegamos aqui mais cedo, meu amor.
— Você está bem? Diga-me que está
bem, querida. — Minha mãe olhou para o médico.

Ele baixou o olhar para mim e levantou uma sobrancelha em questão. Eu balancei a cabeça, não pronta para dizer a qualquer um deles o que havia de errado comigo, muito menos que eles estavam prestes a ser chamados de avós.

Parece que foi ontem Onde histórias criam vida. Descubra agora