Capítulo 9-A traição nunca triunfa.

941 101 5
                                    

Atenção. O capítulo contém cenas de violência e tortura.

ROMEU

Killer embaralhou as cartas e distribuiu cada mão enquanto eu balançava uma cerveja até meus lábios. Era o nosso ritual normal de uma sexta-feira à noite. Cerveja, cartas e mulheres. Eu era bom nessa merda. Blefar era algo natural para mim, por isso normalmente após algumas rodadas, eu tinha limpado o dinheiro do bolso de todos os caras e saía em busca de um corpo quente para afundar o meu pau. O único problema era que, durante as últimas semanas, nenhuma única mulher era capaz de me satisfazer, e isso tem me deixado com um humor de merda. Que me impedia de ganhar na porra do jogo.

— Alguma coisa está fodendo com a sua cabeça, irmão. Eu nunca consegui tirar tanto dinheiro de você.— Killer riu quando se inclinou para juntar seu dinheiro.

Se ele soubesse como ele estava certo.

Fazia apenas algumas semanas desde a noite mais alucinante da minha vida.  Eu ainda me perguntava como pode aquela merda ter estourado? Era surreal. Em toda minha vida sexual, a camisinha nunca havia sido tão inútil como aquela foi, e minha razão tão lenta como naquela noite.
Diversos cenários passeavam pela minha cabeça. E o que mais me assustava era o da mulher aparecendo em minha porta dizendo que estava grávida.

Isso mexia com a porra da minha cabeça, atormentava a minha mente. Ao ponto que eu estava pensando sobre isso todo o maldito tempo.

— Só uma coisa pode distrair um homem a ponto de que ele não se importe em perder. — Jim zombou. — E isso é buceta.

Eu ri, mas parecia vazio e forçado até mesmo para os meus próprios ouvidos.

— Continue se aproveitando de minha bondade, desgraçado. Daqui a pouco eu vou arracar até a porra da sua cueca. — Eu desdenhei.

Eu nunca falaria sobre o que estava me distraindo. Eles iriam rir se eu falasse. O único que sabia de toda a merda era Tracker. Isso porque ele viu quando a cadela saiu chorando do quarto, e eu me vi obrigado a contar toda a bosta quando o imbecil cogitou a possibilidade de eu ter estrupado a garota.

— Eu acho que isso será o caralho de difícil essa noite.— Ele esfregou as mãos quando olhou para a pilha de dinheiro que tinha ganhado. Normalmente, ele já teria perdido tudo por essas horas, e ele claramente estava amando que sua sorte tinha mudado.
— Dê adeus ao seu dinheiro  — Eu empurrei todas as minhas fichas para o centro da mesa.
— Você quer mesmo continuar? — A boca de Killer se apertou em um sorriso desafiador.
— Sim — Falei.
— É isso aí! Vou ficar rico hoje!— Disse Jim, sorrindo presunçoso.

Uma hora depois, eu havia conseguido todo o meu dinheiro de volta e tirado dois mil e setecentos dólares dos meus
oponentes, e eles estavam começando a suar.

— Que saco! — Killer praguejou. — Seu filho da mãe.

Eu tinha aniquilado as fichas dele e dos outros jogadores, com um par de ases, um straight e a carta mais alta. O único que ainda restava era Jim.

— É com você, Jim. Vai dar uma de bebezinho ou vai se comportar como um homem?
— Que se foda — Ele retrucou, jogando as últimas fichas na mesa.

Quatro mãos depois, virei o que restava da minha cerveja e apertei os olhos para o único homem à mesa que ainda tinha dinheiro no bolso.

— O que você tem? — Perguntei.

Um largo sorriso se espalhou pelo rosto dele.

— Flush! — Ele sorriu, espalhando as cartas na mesa.

Parece que foi ontem Onde histórias criam vida. Descubra agora