Capítulo 36-Era tolice ter esperança, ela sabia.

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⚠ Aviso rápido!

Olá, meus fantasmas. Eu estou de volta e peço desculpas pelo meu sumiço, eu precisei resolver algumas questões pessoais. Quem está no grupo no whatsapp estava ciente disso. Enfim, tentarei postar os capítulos atrasados. Boa leitura e não esqueçam de votar/comentar!!! 😍 😘😁😊

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MAYARA

Eu me levantei da cama assim que o dia clareou. Não havia conseguido dormi bem durante a noite e com certeza não o faria pela manhã. Eu ainda sentia o gosto amargo da rejeição na ponta da língua, nunca me senti mais humilhada na
minha vida.

Como poderia alguém ser tão excitada e tão rejeitada em questão de segundos?

Ele pensei que ele me queria. Suas ações, o olhar em seus olhos, não havia espaço para dúvidas no momento. Mas então ele parou. Talvez tenha lembrado que eu era inexperiente. E porque ele ficaria comigo com tanta mulheres experientes por aí?
Eu não era uma mulher em seus olhos. Era apenas o erro que ele começou. Uma consequência de sua imbecilidade. Ele é o único que se refere a mim como uma adolescente mais de uma vez. E novamente eu provei que ele estava certo. Fui uma adolescente boba encantada com o homem mais velho e experiente. Eu me entregaria de novo para ele. Porra, sim. Eu estava preste a cometer o mesmo erro que me trouxe para tudo isso. E o pior de tudo é que no fundo eu sei que mesmo depois da sua rejeição, eu ainda não sou totalmente capaz de não me envolver. Ele me afeta. Na verdade, eu acho que nunca sentirei tão afetada por qualquer coisa... ou por alguém em toda a minha vida. Ao fechar os olhos, tudo que eu posso ver é ele. Eu ainda posso sentir o cheiro dele na minha pele, ainda sinto seu toque. Eu só queria...

O quê? O que eu quero?

Uma casa com cercas brancas, crianças correndo pelo quintal e uma cadeira de balanço para mim e outra para Dex?

Eu quase rio em voz alta para mim mesma.

Eu estive desejando muitas coisas desde que Dex entrou na minha vida. Mas essa sem dúvidas é a mais absurda.

Isso precisa parar.

Respirando fundo, eu me fortaleço. Agora, eu só tinha que enfrentar Dex. Eu queria perguntar a ele exatamente o que diabos foi a noite passada, mesmo que parte de mim estivesse tão envergonhada por minhas ações e ferida por sua rejeição.
No banheiro eu faço minha higiene matinal e substitui minha camisola por uma camisa preta e calça moletom, então eu tenho que domar os meus fios negros rebeldes em um coque e corro para a cozinha. Depois de um café da manhã com uma maçã e torradas, me sentei na sala e abri o laptop para ver o trabalho escolar que tinha. Nada
do que tinha que fazer era imediato, de modo que fiquei lá, girando meus polegares, tentando elaborar um discurso para a conversa que eu teria com Dex. Mas o covarde fez o minha manhã terrivelmente longa. Ele não mostrou sua cara estúpida e idiota. Nem uma única vez. Fui até a casa de Amelie para conversar, mas não conseguia me concentrar e acabei pensando na noite passada repetidamente.

— Tem certeza que está tudo bem?— Amelie pergunta pela terceira vez. Sua testa está franzida em preocupação

Eu balanço minha cabeça e me afasto da janela.

—Bem, bem. Mesmo.— Eu deslizo um olhar para ela. — Amelie, eu percebi que a movimentação no complexo está estranha. Bem menos que o habitual. O que está acontecendo?

Amelie largou o que estava segurando na mesa da cozinha e se virou para mim. — Dex não te informou? O clube entrou em bloqueio. — Quando eu apenas o olhei fixamente, ela perguntou: — Você sabe o que é isso?
— Na escola, quando havia uma ameaça de um homem armado, todos eram colocados em confinamento nas salas de aula até que a polícia chegasse. Costumávamos chamar de bloqueio — Eu disse.

Ela assentiu.

— É um pouco como isso. Quando o clube recebe uma ameaça, nós entramos em modo de proteção, e então toda movimento é restrita ao prédio onde mora e ao complexo. E ninguém pode sair sem autorização.

Minha mente girava enquanto eu processava o que estava acontecendo.

— Mas você disse que aqui é totalmente seguro.
— E é. Mas ainda sim, todo cuidado é pouco.

Amelie me enviou um sorriso tranquilizante. Tracker entra no apartamento no momento seguinte, e com apenas um olhar ele tem a esposa deixando sobre a mesa o que fazia. A conexão entre eles é assustadoramente forte. E ainda estou tentando entender se isso é bom ou ruim, porque Amelie parece extremamente frágil na presença dele e com uma necessidade bizarra de atender todas as vontades do marido. O que consequentemente a torna totalmente maleável.

— Venha, eu quero te mostrar algo no quarto. —Ela pega minha mão.

Estou a seguindo quando ouço a voz que rola meu estômago e levanta os minúsculo cabelos finos na parte de trás do meu pescoço.

— Eu acho que você precisa coordenar com Prez e colocar mais homens nisso, Tracker.— Dex diz
— Eu concordo.— Outro homem fala.
—  Sim, sabemos que parte dos Blood estará lá. Mas não podemos subestimar aqueles vermes. Eles também podem estar com aliados.

As vozes dos homens flutuavam na sala e preenchia o corredor. Eu escutei seus passos pesados atravessarem o chão de
azulejos da cozinha. Determinada e chateada por ter sido evitada por Dex, retornei para a cozinha, pronta para ver o homem frustrante que tinha de alguma
forma se tornado muito mais importante na minha vida do que deveria.

— Essa noite será...

Dex parou e vários conjuntos de olhos pousaram em mim. O seu olhar de
pedra e rosto inexpressivo fizeram o meu estômago revirar. E qualquer que fosse a confiança que eu tinha construído enquanto me forrava com raiva o dia todo, desapareceu em uma nuvem de fumaça.

— Mayara.— Dex disse, sua voz pesada fez meu corpo inteiro congelar— Meus irmãos e eu estamos falando de negócios. Eu apreciaria se você fosse para o quarto com Amelie.

Calor inundou minhas bochechas, mais uma vez.

Aquele desgraçado! Quem era ele para me dispensar como uma criança?

Dex esperou para que eu cumprisse sua ordem, seu rosto uma máscara vazia irritante que me fez querer gritar. Dois dos homens que estavam com ele, por outro lado, riram. Eu mal consegui não me encolher com o som. Aqueles homens realmente me aterrorizavam.

— Eu não fui claro ou você está com problema de audição? Para o quarto. Agora, Mayara.

O grito de Dex me atingiu como um soco no estômago. Minha pele começou a picar e minha garganta se apertou. Engoli a
vontade de gritar foda-se e disparar xingamentos para ele em vez disso. Nomes feios que ele não responderia ou mesmo reconheceria. Enquanto eu subia as escadas de volta para o apartamento, lembrei da conclusão que eu já havia descoberto mas preciso reforçar.

Eu não podia contar com ninguém além de mim mesma. Eu sempre serei fodida e decepcionada se confiar em qualquer um para qualquer coisa.

Foda-se Dex, foda-se esse clube e foda-se Ghost por ser um louco.

Deprimida, humilhada, e sem qualquer esperança, eu cai na cama e chorei até dormir.

Parece que foi ontem Onde histórias criam vida. Descubra agora