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Anna
- Tu deveria me obedecer, não acha? - Falou ao olhar minha roupa.
- Henrique, não começa. - Falei saindo da casa e entrando na garagem.
- Cuidado, eu não sou um príncipe, tá ligada? - Falou entrando no carro.
- Do que você está falando? - Perguntei ao entrar no carro e ver o mesmo da partida e sair da casa.
- É um aviso, pô. Todo mundo me conhece. Tu tá tendo minha melhor versão, então não abusa. - Falou com a cara fechada.
- Tá me ameaçando? - Perguntei. Não sei de onde saiu tanta coragem em mim.
- Tá ouvindo errado. Vó me calar logo. - Falou e uma lágrima caiu do meu olho.
- Não precisa fingir nada mais não. Para o carro, por favor. - Pedi aos prantos já.
- O que tu quer? - Perguntou ainda dirigindo.
- Quero sair daqui. - Falei tentando me controlar. Não tinha nem muitos motivos pra chorar, mas a forma em que ele apresentou os argumentos dele, me deixou sem chão.
Então ele me ignorou e eu procurei fazer o mesmo, sem climas para conversas e eu ali, com meus pensamentos. Até que o carro para e eu olho pra onde estávamos. A casa dele.
- Que foi? - Perguntei sem entender.
- Desse! - Mandou.
- Henrique...- Fui interrompida.
- Só desse, não me faz perder a paciência, caralho! - Falou grosso e eu saí. Então eu o vi ir embora. Entrei em casa e comecei a pensar em mil coisas, principalmente sobre nós. Em como essas duas semanas tem mudado quem sou. Depois de muito pensar, já era quase 21:00. Decidi ir embora, colocar um ponto final em algo que nem deveria ter começado, quem dirá ter dado continuidade. Eu não sou o que ele espera e nem ele é o que eu espero. Eu preciso me desaprender dele enquanto ainda dá tempo. Cada vez mais ele vai me puxar pra baixo e cada vez menos eu vou conseguir subir. Eu acreditava ser a cura dele, minha tolice me fez acreditar. Eu só não consegui ver que ele não queria ser salvo, ele não queria ser curado.

Refém no Alemão - Em RevisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora