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Anna
Tudo foi tão rápido, do momento em que Henrique desmaiou até DG chegar. Foi como se ele estivesse esperando essa notícia. Como se ele estivesse esperando o Henrique desmaiar.
Estamos no hospital, na sala de espera. O desmaio aconteceu por volta das 03:22 e agora já são 03:48.
Demoramos um pouco para chegar no hospital, é na Lapa. Não sei porque o DG não quis ir pro postinho.
Eu tô vestida com a blusa do Henrique e com uma roupinha de dormir por baixo. Estou com bastante frio e lá fora chove muito.
Observei DG vim até mim.
- Tá tudo bem? - Perguntou.
- estou preocupada com Henrique. - Falei.
- Tu ama ele né? - Peguntou.
- Sim. - Falei tremendo.
- Tá com frio? - Perguntou.
- Sim. - Falei e observei ele abrir uma mochila que tava com ele, observei também ele tirar um cobertor da mesma e me entregar.
- Toma. - Me entregou.
Peguei o mesmo, me cobri e tentei me arrumar de qualquer jeito na cadeira da recepção. Deitei a cabeça no ombro do DG.
- O que ele tem? - perguntei chorando. Acho que agora caiu a ficha, o choque passou e eu começo a perceber que Henrique não está bem.
- Calma. - Falou.
- É grave? - Perguntei.
- Sim. Mas te acalma aí, espera o médico sair de lá. Eu sei um pouco mais que tu e só. Henrique foi muito fechado nisso, eu não sei de quase nada. - Falou.
- Me conta, DG. Por favor. - Implorei tentando conter as lágrimas.
- Beleza, mas tu tem que ser forte. - Falou e eu concordei com a cabeça.
- Ele tá com câncer, já se espalhou pra alguns cantos, parece. Ele tá com depressão também e não quer fazer o tratamento. É pra ele tá internado desde o dia que ele descobriu. Mas teimoso que só a porra, não quis. - Falou com calma tentando explicar tudo. Eu só sei chorar e me desesperar. Minha filha em minha barriga parece que está sentindo. Até agora não se mexeu de jeito nenhum.
O médico vem em nossa direção e nos chama até uma sala.
Eu temo pelo pior, ele pode ter que traído, mas isso é tão insignificante agora. Acho que fui uma tremenda criança, coloquei meus interesses acima dele. Eu deveria ter cuidado dele, como ele cuidou de mim, mas nem por um momento eu imaginei isso.
Talvez agora seja tarde, talvez eu o perca para sempre e não sei se irei conseguir viver em um mundo sem meu Henrique.

Refém no Alemão - Em RevisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora