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Anna
Fiz as duas provas o mais rápido que consegui mas tentando responder tudo certo, espero que consiga passar nessas provas, confesso que foi bem puxado. Agora é exatamente 08:55 falta apenas 5 minutos para eu matar minha fome, enquanto espero observo todos ao meu redor conversarem entre si, percebo que sou a única sozinha ali. Me dói tanto não ter ninguém, não poder conversar com ninguém, eu queria tanto alguém pra conversar, pra desabafar e pra ser meu amigo. Meus pais foram embora e nunca quiseram saber de mim, me deixaram com uma tia que morreu a cinco anos atrás, ela não gostava de mim, mas eu amava muito. Eu tive que ficar com seu filho, Levi. Eu apanho sempre, por qualquer coisa e por qualquer motivo, ele tentou ter relações comigo 5 vezes só essa semana, eu sempre consigo fugir, mas não sei até quando vou conseguir, quando ele dorme em casa, eu passo a noite acordada, pois tenho medo do que ele é capaz de fazer. Enfim o sinal bateu, indicava que era 09:00, espero todos saírem da sala e só então eu saio. Uma vez eu tentei sair junto com eles e uma menina me jogou no chão porque eu encostei nela. Então evito todos.
Consigo pegar a merenda e me sento no chão mesmo, em um lugar bem afastado onde não tinha ninguém. Termino minha merenda e vou para o trabalho. Hoje vou mais cedo para fazer hora extra, preciso ganhar dinheiro. Ouço uma pessoa falar que já é 09:45 e percebo que estou atrasada e tomo uma decisão delicada. Sabe aquele caminho que demora mais de 30 minuto mais é o mais seguro e aquele que demora 10 minutos e é o mais perigosos? Então, sempre escolha o mais seguro, mas estou atrasada então decido ir pelo mais rápido. Me arrependo assim que chego na rua da boca. Tento ir mais rápido possível mas sem ser percebida.
- Carne nova no pedaço, dá pro gasto - fala um dos homens, antes dele terminar de falar eu já começo a chorar e a andar mais rápido. Então quando vou passar por um beco sinto mãos em mim e me puxando. Fecho os olhos e choro mais ainda.
- A gatinha é dengosa, já ta chorando vagabunda. - Falou tocando em meu corpo, peço a Deus proteção e choro mais ainda por desespero.
- Vai comer sozinho, malandro. Divide, ela aguenta. - Falou outro cara.
Antes que eu tivesse alguma reação escuto uma voz grossa se aproximando, não via nada pois estava de olho fechado.
- Decidam, ou mete o pé ou eu meto bala. - falou a voz grossa. E eu mantia os olhos fechados.
- Calma aí Negão, nós divide. Falou o primeiro cara.

Refém no Alemão - Em RevisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora