Negão
-Negão, as coisas foram além do que eu imaginei. Não queria que fosse assim, mas foi. - Falou.
- Tudo bem. Só quero que tu saiba, que tu e a Maria Júlia, foram melhor de mim. - Falei.
- Maria Júlia? - Perguntou.
- Eu queria que fosse esse nome, mas sei que não vai ser. Mas quero lembrar dela assim. - Falei sentindo uma lágrima cair.
- Eu não vou afastar ela de ti. - Falou.
- Não é fácil assim, Anna. Mas eu acho que ela vai ser como tu. - Falei sorrindo.
- Como? - Peguntou.
- Como um anjo na vida dos outros. Beleza rara. - Falei sincero.
- Sem brincadeira. - Falou irritada.
- Eu tô aqui, pô. Tô limpo na tua frente. Eu sei dos meus erro, sei que não sou bom, pô. Eu só queria entender o porquê dessa indiferença. - Falei.
- Se tu sabe dos teus erros, tu sabe o porquê da indiferença. - Falou seca.
- Se eu tô perguntando, eu não sei, pô. Mas tu acha que eu não mereço perdão, não mereço explicação, tá certo. Deve ser porque eu não mereço mermo né? - Falei limpando a lágrima.
- Tô cansada de você. - Falou.
- A porta tá aberta pra tu ir. Tu tá livre, tô falando isso de corpo aberto, pô. Eu te amo, queria tá contigo. Mas tu não quer ficar, eu deve ter teus motivos. Só se cuida e cuida da Maria Júlia. Tu com toda certeza, merece alguém melhor que eu. - Falei.
- Henrique...- interrompi ela.
- Dorme aqui. Tu gosta desse quarto que eu sei. Eu me viro por ali. - Falei indo em direção a porta.
- Henrique...- Me chamou.
- Não de preocupa, não vô dormir no teu outro quarto não. - Falei.
- Ah, a surpresa, era te levar em uma loja de bebê pra comprar umas coisas pra ela, pra gente comprar juntos. - Falei saindo.
- Desculpa. - Falou.
Na moral? Tô bolado demais.
Entrei no quarto que é do lado do quarto que era dela e do lado do quarto que era nosso. Já tem um tempo que eu tô reformando aqui aos poucos, faltava confirmar se era a Maria Júlia mesmo.
Já tem o berço, guarda roupa e um monte de coisa.
Já é pintado e tem papel de parede, tudo fui eu que fiz. A meta é deixar tudo pronto, mesmo sabendo que ela nunca vai dormir aqui e nunca vai conhecer.
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Refém no Alemão - Em Revisão
Teen FictionFoi na guerra que eu conheci o amor. Foi na imperfeição dos detalhes dele, que eu me apaixonei. Lutei pra não ficar, mas lutar contra o amor, é a maior idiotice do ser humano. Não posso dizer que o Henrique foi a melhor coisa que me aconteceu. Mas...