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Anna
Dormi um pouco e nem percebi que o menor tinha ido embora. Confesso que ele foi uma das melhores coisas que me aconteceu nesses últimos dias. Tirando o fato do meu bebê está ótimo!
DG também tem me surpreendido, a notícia do bebê o fez deixar um pouco de lado a cara ruim que ele sempre tem. A Rosa não vem muito aqui, ela está trabalhando. Mas todos os dias me liga para saber como estou. Ela chorou muito na primeira vez que veio aqui. Pediu mil desculpas pelo Henrique, as desculpas não vai apagar o que aconteceu e muito menos anular os machucados que Henrique deixou em mim.
- Já sabe pra onde você vai querer ir? - Perguntou o DG ao pegar minhas coisas. A superior da doutora Aline chegou somente agora para assinar minha alta. Aline é interna aqui, pelo o que eu entendi.
- Eu não tenho casa, mas não posso ficar na rua.- Falei alisando a barriga. A casa antiga que eu morava, eu cedi para uma senhorinha que sempre me ajudou.
- Anna, tu pode ir lá pra casa se quiser. Mas é complicado, tu grávida, precisa de cuidado. Coisa que nem eu e nem minha mãe pode fazer no momento. A gente tem outras obrigações, tá ligada? - Falou.
- Eu entendo, não quero atrapalhar a vida de ninguém. - Falei entrando no carro.
- O papo não é atrapalhar, pô. Eu só tô querendo falar que tu tem pra onde ir, um lugar bom pra ti. - Falou e eu já me liguei no que ele está falando.
- Você acha que lugar de agressão é um lugar seguro pra mim e pro meu bebê? - Perguntei e não obtive resposta.
- Reponde DG. - Falei.
- Eu não posso te dá certeza. Mas ele tá mudando, pô. Eu não tô passando pano no que ele fez, eu sei do erro dele. Mas tu não precisa tá lá como fiel. - Falou.
- E se ele tentar algo a força? - Perguntei temendo pela resposta.
- Se ele fizer isso, eu mesmo ti tiro daqui, ele nunca mais vê nem você e nem meu afilhado. - Falou e eu sorri. Pois é, mais um os lista de padrinhos do meu bebê. Agora me pergunta se eu escolhi pelo menos um, eu escolhi nenhum!
- E aí? - Peguntou e então eu percebi que estávamos de frente casa do Henrique.
- Antilhas, Caribe. - Falei e ele me olhou sem entender.
- É o lugar que você vai me levar se caso acontecer algo. - Completei e ele sorriu.
Descemos do carro e ele pegou minhas coisas. Parecia que eu nunca tinha entrado aqui. Estava nervosa e minhas mãos estavam trêmulas.
- Vamos? - Falou abrindo o portão da frente e ignorando completamente os seguranças.
- Já tô cansada. - Falei me referindo ao longo caminho até chegar na casa.

Refém no Alemão - Em RevisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora