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Anna
O menor me trouxe pro quarto e eu estou agora arrumando minhas coisas. Não consigo parar de chorar e a gritaria lá embaixo cessou.
O menor não tirou brincadeira e nem falou nada, mas está aqui pro que eu precisar, eu estou com um desconforto na costela e temo pela vida do meu filho. Não consigo imaginar no porquê das coisas terem tomado esse rumo, e quando negão virou esse monstro. Acho que o mostro sempre esteve ali, eu que nunca percebi, nunca quis enxergar.
Fecho a mala e o menor me olha com um olhar acolhedor. Ele pega a mala e a mochila e me ajuda a descer as escadas.
Vejo que o Negão está sentado no sofá da sala e que o DG está lá com o mesmo.
Coloco o iPhone, a aliança e o cordão com nossas iniciais encima da mesinha. Saio pela porta sem olhar para ele. Fui embora, ele me deixou ir, não pediu pra que eu ficasse e muito menos falou algo. Entrei no carro e o menor colocou minhas coisas o banco de trás, o observei entrar e da partida no carro.
- Me leva pro postinho? - Pedi.
- Levo sim. - Falou mudando a direção.
Fomos em um silêncio ensurdecedor.
Entramos no postinho e eu entrei na sala de triagem, expliquei minha situação e pelo meu histórico fui considerada paciente gravíssima.
Me colocaram em uma cadeira de rodas e esperei ser chamada.
- Você pode entrar comigo? - Pedi.
- Tudo bem. - Respondeu o menor, beijando minha testa.
O menor tem sido um amigo e tanto.
- Anna? - Peguntou a atendente. - A doutora está a sua espera. - completou a mesma.
Menor me guiou na cadeira de rodas até a sala da doutora.
- Achei que não lhe veria tão cedo, Anna. - Falou assim que me viu.
Ela é uma doutora e tanto, doutora Aline é uma grande amiga para mim.
Expliquei toda a situação pulando a parte da gravidez.
- Tudo bem, Anna. Vamos fazer um raio-x do seu tórax e verificar possíveis lesões. - Falou digitado.
- Tem um problema, estou grávida. - Falei.
- Veja só! Agora tudo muda de figura. - Falou animada, mas logo se desanimou. Observei que menor se espantou por um tempo, mas logo se animou também.
- Vamos fazer alguns exames pra saber se o bebê foi afetado. - Falou.
- Você já fez algum exame? - Perguntou.
- Somente o teste de farmácia, descobri hoje pela tarde.- Falei triste. Não chorava mais, não tinha mais lágrimas para chorar.
- Tudo bem, entre aqui. - Pediu e menor me guiou até a sala fria.
- Deite aqui. - Doutora Aline pediu e eu obedeci.
- Agora levante um pouco o vestido. Faremos uma ultra para ver se conseguimos ver o bebê. - Falou e eu fiz. Só depois de levantar o vestido foi que eu me dei conta de que o menor estava na sala observando tudo, inclusive, pude observar seu olhar sobre meu corpo.

Refém no Alemão - Em RevisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora