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Anna
Hoje o dia foi mais cansativo que o normal, doutora Aline disse que minha anemia vai me deixar mais cansada aos poucos. Tenho muito medo disso, eu tento fazer meu tratamento com as coisas que a doutora consegue mas não são o suficiente. Termino de arrumar a casa e sento no sofá. Começo a pensar no Kaio, primeira vez que uma pessoa me trata bem, ele tem um jeito de falar engraçado e na maior parte do tempo eu não entendo nada, mas gosto dele, posso dizer que somos amigos.
- É hoje que tu morre! - Era o Luís, meu primo. Eu nem tinha visto ele entrar, ele estava com fogo nos olhos e aparentava está com bastante raiva.
- Eu já disse pra tu não falar com ninguém! - Gritou puxando meus cabelos, eu estava em choque, não sabia como reagir.
- Do... do que você está falando? - Perguntei enquanto ele puxava com mais força meu cabelo.
- Tô falando com teu envolvimento com traficante! - Falou e eu não entendi nada.
- O negão tá apaixonado por ti. - Falou e soltou meu cabelo. Sentou no sofá e começou a pensar.
- Eu posso te vender, posso fazer ele te matar, posso te vender pro morro rival. Vou ganhar uma grana. - Falou e eu comecei a chorar. Pelo apelido eu só lembrava do baile, só lembrava da mulher chamando o Kaio de negão.
- Tu vai ver vagabunda, tua vida vai virar um inferno. - Falou e me deu um tapa, então pude ver ele sair. Então corri, corri perguntando a todos pelo Kaio e ninguém sabia. Até que vi aquele menino que tava no meu portão e ficou me fazendo perguntas.
- Desculpa, você viu o Kaio? - Perguntei.
- Quem? - perguntou e então ele se lembrou de mim.
- Acho que é negão. - Falei e limpei uma lágrima que descia.
- Qualé? Sobe aí. - Me puxou e eu subi na moto. Então ele parou de frente a boca e mandou eu descer.

Refém no Alemão - Em RevisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora