Benjamim é um homem marcado pelo seu passado doloroso, algo que ele guarda para si, dentro da grande geleira que cobre seu coração.
Júlia, a moça doce e sonhadora, sente-se atraída em desvendar o segredo por detrás da frieza do irmão do seu...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
____ Não esqueça de deixar o seu voto ⭐ Tenha uma boa leitura!!
Não foi tão difícil como achei que seria, fui mais cuidadoso com as palavras, e mesmo que a moça tenha saído desapontada daqui, posso considerar que esse foi o diálogo mais pacífico que já tive com uma desconhecida.
Ela me pareceu um pouco insegura desde o primeiro minuto, acho que no fundo sabia que não aconteceria, tivemos alguns problemas na noite em que nos conhecemos, e isso pode explicar os olhos assustados. Percebi a mistura de sentimentos em seu modo de agir, mas ela se manteve calada, e, para a minha surpresa, foi educada ao sair. Por um segundo, pensei que ela me xingaria, mas não aconteceu, acho que aprecio o seu autocontrole.
Ouço algumas batidas na porta, e sem desviar meus olhos da planilha, autorizo que entre. Meu pai caminha até mim, e, ao se sentar, começa a me observar.
— Por favor, me diga que foi gentil com a moça, Ben.
Retiro os óculos e recosto na cadeira, buscando em minha mente, todos os nossos diálogos.
— Sim, eu fui gentil... dei o meu máximo, pai.
— Não sei por que, mas isso não me tranquiliza. — Ele mantém seus olhos analíticos sobre mim. — Samuel me disse que você a dispensou, não podia ao menos considerar? Pensar um pouco antes de dizer não? Te conheço muito bem e sei que mesmo sem intenção, sua forma de falar pode machucar pessoas.
— O senhor faz parecer que sou um monstro. — digo, incomodado com a situação. — Não entendo qual a razão de isso ser tão importante. Além de tudo, ela não tem experiência e não tenho tempo de ensinar alguém.
— Tudo bem, filho, o erro foi meu... — Suspirou. — Mas Sam está zangado, e sua mãe pode ficar também. E Júlia... acho que devo desculpas a ela, fiz parecer que o emprego era certo.
— Deve haver algum outro lugar para colocá-la.
— Sim, mas não acho que Júlia queira voltar. Sam disse que ela estava chateada... Bom, resolvo isso depois, já vou para casa, me acompanha?
— Vou mais tarde.
Ele cerra os olhos sobre mim.
— Espero que não esteja disposto a mergulhar em trabalho só para não ficar muito tempo conosco.
— O senhor sabe que não é isso. — Sinto a tristeza invadir meu coração. — O trabalho me distrai.
— Essa não é a melhor forma de enfrentar a situação, filho. — Ele me olha preocupado.
— Mas é a única que conheço. — Ergo os ombros. — Não se preocupe comigo, vou ficar bem.
— Vou para casa, mas se você demorar, venho te buscar!!
