CAPÍTULO 8

537 75 3
                                    

____Não esqueça de deixar o seu voto

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

____
Não esqueça de deixar o seu voto. ⭐⭐⭐
Tenha uma boa leitura. ❤️📚
____

        Tentei, de todas as formas imagináveis, fugir desse jantar. Mas é claro que dona Bruna não permitiria, ela insistiu várias vezes para que eu estivesse em casa às seis em ponto, assim como todos os outros aqui presentes.

Agora, sentado em um dos sofás, fico assistindo seus diversos questionamentos a respeito do primeiro dia de trabalho da Júlia, fico pensando em quanto tempo vai levar até que meus pais a adotem, sinceramente tenho a impressão de que não vai demorar muito.

— Querida, vai sufocar a menina! — nosso pai arrisca a dizer.

— Verdade, mãe, vamos mudar de assunto, por favor!! — Sam praticamente implora, enquanto Júlia fica se segurando para não rir, suas bochechas estão avermelhadas, demonstrando todo o esforço que faz.

— Desculpe, Júlia, fiquei tão empolgada com a novidade.

— Eu também — Tenho dúvidas a respeito da veracidade em sua resposta, existe algo em seu semblante que me faz duvidar de que ela realmente se sinta feliz com o novo emprego. —, vai me ajudar bastante, vocês nem imaginam o quanto sou grata pela oportunidade.

Suas palavras me fazem refletir um pouco, acho que agora compreendo a razão pela qual insistiam tanto para que eu aceitasse que Júlia trabalhasse comigo, ela precisava de um emprego, talvez esse não seja o emprego que ela queria, mas acho que serve de alguma coisa. Mas também duvido muito que ela gostaria de trabalhar perto de mim. Na empresa, Júlia vai perceber que na verdade deveria se sentir aliviada. Não sou burro, sei o que as pessoas pensam a meu respeito, que estou longe de ser amigável ou capaz de deixar que alguém se aproxime, e, de fato, não estão muito errados.

Não tenho habilidades em decifrar pessoas, tampouco interesse, porém, olhando-a, começo a me dar conta de que ela é uma garota intrigante, talvez seja porque não a conheço direito, não sei da sua família, nem das suas intenções conosco, tudo o que sei sobre ela estava em seu currículo, e ainda é pouco. Todos parecem tão afeiçoados a ela, que talvez não sejam mais capazes de encontrar algum defeito, mas ela deve ter um, todo mundo tem um defeito, seja ele intragável ou não. Basta descobrir, em algum momento algo vai ficar evidente, e por sorte estarei aqui para abrir os olhos do meu irmão.

Júlia percebe que estou olhando-a, posso notar as sobrancelhas quase se unindo, e, apenas evitando que mais alguém perceba, desvio meu olhar do seu rosto.

— Fico feliz que esteja contente, de verdade!

— Eu também!! Queria tanto que vocês me visitassem mais vezes — minha mãe diz, virando-se para o meu irmão. —, por isso fico perguntando tantas coisas, até parece que moram longe, a culpa dos assuntos longos é toda de vocês!!

— Minha culpa? — Samuel tem um ar divertido espalhado pelo rosto. — É a Júlia que nunca quer sair, ela já é parte da mobília do apartamento.

— Como você é mentiroso, Sam — A garota cerra os olhos sobre ele, com um pequeno sorriso brincando nos lábios. —, é você que nunca me chama!!

— Eu te chamo toda semana, Jú, deixe de ser mentirosa!!

— Dona Bruna, eu não estou mentindo, seu filho é muito engraçadinho, isso sim. — Os dois trocam algumas caretas, talvez provocações as quais eles estão acostumados, e depois acabam rindo baixinho. Júlia se recompõe quando percebe o olhar sugestivo dos meus pais. — Mas sempre que a senhora me chamar, eu venho, e da próxima vez, trago uma receitinha nova que aprendi na internet, são bolachinhas de leite, deliciosas...

Com empolgação, a garota explica passo a passo da receita, acho que é uma viciada em doces, quase sinto vontade de tirar um cochilo, e olha que há muito tempo não tenho sono. Todos estão prestando atenção nela, como se fosse um assunto importante, e se eu não estivesse escutando cada palavra, poderia deduzir que o papo é realmente bom. Júlia está sempre gesticulando ou mexendo no pingente de estrela que usa na gargantilha de prata, ela não usa nenhum anel de compromisso e Samuel também, parece que não é um relacionamento tão sério..., mas eles moram juntos, claro que é sério. Confesso que fico confuso com muitas coisas, e nem sei a razão de me preocupar com isso agora, acho que tantas noites sem dormir estão me afetando gravemente.

Samuel parece ficar um pouco entediado também, as horas estão passando, se não encerrarmos esses assuntos de culinária logo, alguém vai se atirar da janela.

— Acho que já está ficando tarde, vou subir, espero que não se importem.

Com minha fala, o assunto se encerra e o silêncio predomina, mesmo assim me levanto, não acho que alguém pretende se opor, mas o riso sem humor que Samuel lança para mim, deixa claro que não foi uma boa ideia abrir a boca.

—Sempre tão receptivo! — diz, com um humor amargo. — Está tarde, quer que eu vá embora, Benjamim?

— Não foi o que eu disse, Samuel! Só estou cansado e quero me recolher, não estou pedindo que vá. — Tento soar o mais tranquilo de todos os homens, mas não funciona, percebo sua impaciência.

— Sam, não precisa...

— Tudo bem, mãe, nós já estávamos indo!! — Ele se levanta, evitando minha presença. — Vamos, Júlia?

Júlia assente e se levanta um pouco sem jeito com a situação, acho que nem se eu tentasse me explicar mais uma vez, daria para consertar. Samuel tem suas próprias opiniões a meu respeito e elas não são das melhores.

Mas que droga!!

Recebo olhares indecifráveis dos meus país, então decido fugir, indo em direção à saída, Samuel já está abrindo a porta do carro e não nota a minha presença, mesmo que notasse, ainda não me daria atenção. Guardo as mãos dentro dos bolsos da calça, totalmente convencido de que não há nada que eu consiga fazer. Mais à frente, após o portão, Júlia me olha por demorados segundos, como se tentasse entender que tipo de problema eu tenho, se eu fosse ela, não me preocuparia com isso, tenho incontáveis problemas que, de maneira alguma, dizem respeito a uma estranha. 

______
Nada como o amor de irmãos, não é mesmo?
Sexta-feira eu volto com mais um capítulo (talvez dois), mas eu volto 😉😉.
Obrigada por ler❤️

Minha Doce ConquistaOnde histórias criam vida. Descubra agora