Benjamim é um homem marcado pelo seu passado doloroso, algo que ele guarda para si, dentro da grande geleira que cobre seu coração.
Júlia, a moça doce e sonhadora, sente-se atraída em desvendar o segredo por detrás da frieza do irmão do seu...
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Granulados coloridos são nostálgicos demais, pelo menos para mim, tinha seis anos de idade quando decidi que essas coisinhas deliciosas fariam parte da minha vida. Não era só uma bobagem de criança, mas sim o início de um sonho
Hoje, tenho vinte e um anos e uma bagagem de planos nas costas, literalmente. Com a maioridade, decidi que viveria minha própria vida sendo independente, isso quer dizer que eu precisava deixar a casa dos meus pais, ao menos foi o que pensei. Não gosto de dizer que estava errada, mas não vou negar, esse pensamento paira sobre a minha cabeça toda noite quando me lembro das contas e despesas que preciso pagar.
Por sorte, tenho um bom amigo, o meu famoso quebra-uma-árvore-inteira, que se chama Samuel. Esse garoto incrível me salvou, estou morando com ele por um tempo, até que eu consiga um emprego e possa pagar um lugar para ficar. Sei que o mais simples seria voltar para a casa dos meus pais, mas eu quero mostrar a eles que sou capaz de tomar boas decisões e cuidar de mim mesma.
— O que está fazendo? — Sam questiona a mim, enquanto atira a mochila em cima do sofá.
— O de sempre. — respondo, sem retirar meus olhos do notebook. Posso sentir que ele está erguendo as sobrancelhas agora mesmo. — Procurando um emprego, Sam!!
— Achei que fosse isso!!
— Então, por que me perguntou? — Desta vez ele tem minha atenção.
Sam tem a minha idade, fizemos o ensino médio juntos, eu uma simples bolsista de aparência comum e ele um aluno super rico e charmoso que conquistava metade do pessoal do colégio. Nossa amizade começou quando descobrimos que temos praticamente os mesmos gostos para livros e filmes, na época essas semelhanças só fortaleceram nossa amizade, até chegarmos a ser o que somos hoje: melhores amigos inseparáveis que dividem cereal de chocolate pela manhã.
— Não sei, deu vontade!! — respondeu simplesmente, sentando-se ao meu lado. — Já disse a você que posso descolar um emprego na empresa do meu pai!! — insistiu, mais uma vez.
— Não sei se eu conseguiria, Sam. Sei lá, andar de social e salto alto não é para mim. Prefiro um avental e uma sapatilha confortável... — Virei-me para ele, e esperei a feição de sempre.
— Eu definitivamente prefiro social... Mas estou feliz, você está aqui comigo e sabe fazer brigadeiros deliciosos...
Samuel fica desperdiçando toda a sua beleza e charme comigo só para me ver atender todos os seus pedidos. Tenho um fraco por amigos bonitos que me tiram de enrascadas por aí.
— Eu fiz seu brigadeiro de granulados coloridos. — Rolo os olhos. Sam salta do sofá em questão de segundos. — Não precisa forçar um drama, sabe que eu sempre faço o que você me pede!
