Benjamim é um homem marcado pelo seu passado doloroso, algo que ele guarda para si, dentro da grande geleira que cobre seu coração.
Júlia, a moça doce e sonhadora, sente-se atraída em desvendar o segredo por detrás da frieza do irmão do seu...
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____ ⭐⭐⭐ Tenha uma boa leitura!📚 ____
Levantei me sentindo estranho hoje, as aventuras de ontem mexeram com a minha rotina tranquila e solitária, minha cabeça e pescoço doem um pouco e só aliviam quando tomo um relaxante muscular. Abro a porta da minha sala e me deparo com a cena mais improvável de todas, havia saído para tomar um café e nem sequer notei sua presença neste andar, mas agora é impossível não a notar.
Júlia mexe na gargantilha enquanto analisa alguns livros da estante, ela não me ouviu abrir a porta e só isso explica o seu silêncio. Estranho sempre quando a vejo usar saltos, eles não são tão altos, mas causam uma boa diferença no tamanho dela. Já percebi que adora colocar laços no cabelo, que combinem com a roupa que usa, isso explica a camisa lilás e as sandálias também da mesma cor.
Antes de chamá-la, avisto um doce sobre a minha mesa, um cupcake, provavelmente de chocolate, embalado em um saco transparente amarrado com uma fita amarela.
— Me diga que existe um bom motivo para que tenha invadido minha sala!
Júlia dá um sobressalto e leva as mãos ao peito, respirando mais calmamente assim que encontra meu rosto.
— Você me deu um susto! — reclama.
— Devo me desculpar? — questiono com ironia e a vejo corar por um instante.
— Não, é a sua sala! Acho que eu devo ter te assustado também. — ela admite, mordendo o lábio logo após.
— É, um pouco! — Caminho até a minha mesa e me sento na cadeira, ainda analisando-a. — Vai me dizer o que veio fazer aqui?
— Bom, eu vim te dar outra chance — Ela se senta na cadeira disponível, de frente para mim, mesmo sem receber convite algum. — Sam e eu vamos ao cinema, eu disse que levaria um amigo, e mesmo que você não seja meu amigo, quero que vá!!
— Isso é uma piada?
Ela nega, parecendo um pouco zangada.
— Claro que não! Vocês terão a chance de se aproximarem ainda mais.
— Eu não posso insistir assim todos os dias, Júlia, não estou o perseguindo!
Júlia recosta na cadeira e me olha pensativa, entortando os lábios e demonstrando uma certa decepção.
— É, você tem razão... olhando por esse lado, acho que tive uma péssima ideia. Agora não tenho ninguém para levar comigo.
— Por que não leva aquele seu amigo da festa? Vocês pareciam tão próximos.
Eu me lembro muito bem do dia em que interrompi um possível beijo dos dois, senti que aquilo seria mais desastroso do que agradável, eles nem sequer parecem compatíveis. Júlia aceitaria o beijo, isso ficou muito claro, mas era perceptível demais que aquilo não era o que realmente queria. Essa é a única razão de não me desculpar pelo que fiz, e não me arrependo.
