CAPÍTULO 38

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        As consequências — dolorosas consequências de entrar por um caminho que eu gostaria de não ter que seguir — elas estavam ali. Voltei ao mesmo estado de emergência de meses atrás. Talvez agora um pouco pior, afundando lentamente com cada dia sem os sorrisos e os olhares genuínos que aprendi tanto a apreciar.

Descobri que mesmo depois de quase dois meses sem receber nada a mais que um cumprimento a distância, não fica mais fácil. Sinto arder o peito sempre quando me lembro dos momentos em que ela me fez sentir paz, como se eu pudesse respirar com tranquilidade depois de anos preso em um quarto escuro. Saber tudo o que perdi, não vai machucar menos, mas vê-la feliz algum dia, fará valer a pena.

— Benjamim, estou falando com você! Quer, por favor, me ajudar? — Lá estava minha mãe e toda a sua ansiedade.

— Sim, claro, mãe!

Forcei-me a manter a concentração enquanto ela mostrava fotos de bolos confeitados para os cartões de boas-vindas da confeitaria. Em alguns dias tudo estaria pronto e depois viria a inauguração. Um dia especial e importante, talvez o último evento que participarei aqui no Brasil. Havia me decidido uma semana atrás, que voltaria para a Itália, será melhor assim. No entanto, ainda não contei nada a ninguém, estou adiando até criar coragem.

— Esse com morangos está mais bonito. — Apontei.

— Uhm!... É, tem razão! — Afastou a foto um pouco mais. — Boa escolha, filho!!

— Todos são bonitos. — observei enquanto segurava uma foto cheia de cupcakes.

As lembranças me atingiram naquele momento, passavam como imagens em slides na minha memória, então, lá estava Júlia e seu sorriso empolgado enquanto tentava me convencer de provar seus cupcakes, por mais que não tenha tido a chance de dizer, percebi que ela tem mãos talentosas. Quem poderia negar?

— E esse sorrisinho triste? O que significa?

Recebi uma leve caricia nos ombros e por um momento desejei deitar a cabeça em seu colo como eu fazia quando era criança. Ela não sabia sobre nada, pedi ao Sam e meu pai que não contassem, porque tive medo da reação dela. Sei o quanto minha mãe ficaria feliz se eu dissesse que me apaixonei por alguém como a Júlia, e depois tirar essa felicidade dela ao dizer que não posso me permitir embarcar nesse novo sentimento, me colocaria em uma posição ainda mais difícil. Receberia uma chuva de sermões, depois ela me pediria para repensar e voltar atrás, e eu sabia que nada mais podia fazer.

— Cansaço. — murmurei.

— Você está cansado há dias. Não esconda as coisas de mim, Ben!

— Não estou escondendo, mãe.

— Não sei o que acontece com vocês, mas Júlia também estava com muito cansaço nos últimos dias.

Tentei não demonstrar que compreendi sua insinuação, decidi que não a olharia também. Não ficaria surpreso se meu olhar revelasse tudo.

Minha Doce ConquistaOnde histórias criam vida. Descubra agora