MATHEUZINHO.
RIO DE JANEIRO — RJ.Cheguei em casa depois do treino e no meu whatsapp tinha uma mensagem do Ramom, me chamando pra ir em algum lugar desconhecido por mim até o momento. Terminei de me arrunar e segui para a localização que ele havia enviado.
— Pode me informar o motivo de vir tão longe? — falo descendo do carro e o Ramom gargalha.
— Mano, vim aqui deixar minha irmã na amiga dela aqui. — ele dá os ombros.
— Vamo ficar nessa lanchonete aqui mesmo. — a gente senta na mesa que tinha do lado de fora.
Sentamos e logo uma senhora veio anotar nosso pedido, super simpática a senhora, pelo jeito era dona da lanchonete, porque só tinha ela ali. Peguei meu celular pra mostrar ao Ramom, a mina que tinha me mandado um direct, mas foi interrompido com uma movimentação do outro lado da rua.
— Já tirou a mão de mim? — a menina falou pro cara que estava segurando seu braço.
— VOCÊ É BURRA? — ele grita segurando no braço da menina que se solta. — BURRA IGUALZINHA TUA MÃE.
— Não fala da minha mãe. — a menina fala e vira as costas pra ele mas ele puxa ela de volta. — Tira a mão de mim. — ela se debate e a mochila cai dos braços dela.
— VOCÊ VAI ME AJUDAR.— ele grita sacudindo ela.
Quando percebi já tinha levantado e tava indo até lá.
— Tá doido cara? Solta a garota. — falo fazendo eles me olharem.
— Tira a mão de mim. — a garota fala olhando pra ele de volta.
— A garota não tá mandando tu tirar a mão dela cara? — falo.
— Ela quer isso mesmo rapaz, chamar atenção pra se sair de vítima. — ele segura o braço dela de novo.
— SOLTA A GAROTA. — falo alto fazendo ele me olhar.
— Tá tudo tranquilo rapaz, pode ficar tranquilo. Só estava tentando conversar com a minha filha.
— Eu não sou nada tua. — a garota fala nervosa.
— Tem nada tranquilo não mano, só vai ficar tranquilo quando tu largar ela.
Ele solta os braços dela e ela abaixa pegando a mochila que tinha caído no chão.
— THAYNARA VOCÊ VAI EMBORA COMIGO.
— Fica aí esperando... — ela fala passando por mim e o cara deu as costas seguindo em direção contrária depois de gritas ela umas três vezes.
Ela passou um cara que trombou com ela fazendo alguma coisa dela cair, caiu perto da calçadinha,
mas ela não percebeu e continuou andando, andei mais pra frente pra pegar o que caiu da menina e quando eu peguei, vi que era um aparelho auditivo, olhei pra onde o Ramom estava e fiz um sinal pra ele que ia atrás dela. Andei mais um pouco e logo vi ela sentada em um ponto de ônibus que não tinha ninguém.— Essa paradinha aqui é tua né? — ela se assusta. — Foi mal, queria te assustar não. — ela sorri simpática, mas era visível que estava mal. — É teu né? — falo mostrando o aparelho na minha mão.
— Nossa, é sim. — ela tira a mochila das costas e eu vejo um bolso aberto, e aponto mostrando pra ela. — Com certeza caiu daqui, não devo ter fechado. — ela fecha a mochila. — Obrigada! — ela me olha sorrindo.
Muito gata, sorrisão bonito, parecia que tinha sido esculpida.
— De nada, eu vi quando caiu. — explico. — Vim aqui te devolver. — estendo o aparelho e ela pega.
— Meu Deus, cê não tem idéia de como tu me salvou. — ela coloca o aparelho. — Obrigada, e desculpa a cena lá que você viu... e valeu por ter se metido lá pra me defender.
— Não, que isso, tem caô não. — ela sorri fraco. — Ele é o que teu?
— Meu padrasto. — ela pega o celular na bolsa e vê a hora.
— Tá tarde pra tu ficar aqui nesse ponto sozinha não?
— Não tem perigo. — ela olha o relógio no pulso. — E ainda vão dá oito da noite... — ela ri levantando. — E também... meu ônibus já chegou. — ela faz sinal. — Obrigada de novo, fica com Deus.
— Tem que agradecer não, vai com Deus. — ela sobe no ônibus.
Fico ali olhando pra ela subindo no ônibus, e vejo um garotinho me mostrando pra mãe, ele estava com a blusa do flamengo, acenei pra ele que acenou de volta e o ônibus deu partida.
📍oi vidinhas!!! primeiro capítulo antecipado, não esperei até dia 29/11!!!!
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beijinhos!