RAMON.
RIO DE JANEIRO — RJ.— Levanta o astral mané, não adianta ficar nessa não, vacilo foi teu. — Matheus fala jogando a bola pra mim.
— Mano, eu não consigo pensar em outra coisa.
— Fala moleque, que clima de velório é esse? — o camisa nove pergunta e para ali na rodinha.
— Madu deu um pé nele. — Matheus fala logo e o Gabriel dá os ombros.
— Era de se esperar isso já né? Mano, se põe no lugar dela.
— Eu falei isso pra ele, Madu tava sempre relevando, sempre deixando baixo, mas agora ela explodiu. — Matheus conta. — Ela tá igual tu, mal.
— Eu tô ligado e é isso que tá me fodendo, saber que ela tá mal por vacilo meu. — respiro fundo. — Cara, cês tão ligado que eu sempre falei que não não tomei atitude de oficializar o que ela e eu tínhamos por não saber se ela queria isso ou não, e ela não demostrava. — os dois assentiram. — Mas semana passada ela falou que esperava uma atitude minha.
— E agora que tu sabe o que tu vai fazer por vocês dois? — Gabriel me pergunta.
— Ela me perguntou a mesma coisa.
— E tu respondeu o que?
— Nada mano, fiquei pensando no que falar, ela entendeu que eu não queria nada e me botou pra fora. Mas eu queria falar pra ela, que eu sempre quis ela do meu lado, que...
— Irmão, não é pra gente que tu tem que falar não, é pra Madu. — Matheus fala rindo.
— Ela não quer me vê nem pintado de ouro. — falo, e antes que eles pudessem falar algo, o auxiliar do Mister chegou ali cobrando o treino da gente.
Depois que o treino acabou, sai com o Matheus e fui pro estacionamento.
— Se liga. — ele fala parando perto do meu carro. — Vou buscar a Thay no curso porque eu vou com ela comprar umas paradas pro aniversário do Théo. Mas aqui... — ele me entrega um chaveiro. — A chave lá de casa, voi desenrolar um caô pra Madu ir lá, e o resto é contigo.
— Pô irmão, sem caô, muito obrigado pela força, sério mesmo, eu nem esperava que tu ia tá de boa comigo, ela é teu sangue...
— Se eu falar pra tu que não fiquei bolado vendo ela chorando, vai ser mentira. — assenti, ele desalarmou o carro dele e se afastou. — Mas eu tô ligado que tu gosta dela, e só tive certeza quando essa parada aconteceu.
Assenti e ele olhou a tela do celular.
— Irmão do teu jeito, abre teu coração pra ela, fala o que tu sente, se não souber falar tenta explicar ou sei lá.
— Vou fazer isso. — abraço ele e bato nas costas dele. — Tu e a Thay faz um favor pra mim? — ele assentiu e eu abri o carro pegando no porta luva o cartão com nome, endereço e número. — A Thay vai saber mais.
Ele assentiu, fez um toque comigo e entrou no carro dele ligando.
— Respeita minha casa em filho da puta. — ele fala rindo e eu gargalho. — Eu deixo a parada contigo lá.
— Obrigado pela força Latera.
— Tamo junto manão. — fala dando partida.
[...]
A porta da casa do Matheus abriu e por ela a Madu passou, linda como sempre.
— Eu não acredito. — ela fala baixo negando e vira pra sair.