Hoje no dia do aniversário do Théo, o Maurílio viria pegar o dinheiro. Depois do dia que ele foi lá em casa, eu consegui um trabalhinho tomando conta de uma menininha aqui da rua, a mãe dela precisava de alguém pra ficar com ela essa semana.
— Amor, fala pra deixar isso onde? — Matheus fala apontando pra algumas coisas da ornamentação.
Ele estava com o Théo no colo que se sujava todinho com um pirulito.
— Vê com minha mãe preto, ela já sabe onde vai montar.
— Oi, licença. — uma moça chega próximo de nós. — Tem um homem chamando ali no portão, disse que é pai do aniversariante.
Maurílio realmente tinha marcado de passar aqui, portando o dinheiro já estava dentro do meu bolso.
— Oi, avisa que já vai, por favor. — a moça assentiu e saiu.
— Tu não vai lá. — Matheus fala me olhando sério.
— Ele quer vê o Théo, eu vou levar só pra não criar problema. — Matheus ri debochado. — Por favor Matheus, vamos evitar.
— Claro, vamos sim, é só tu não ir lá. — ele trava o maxilar. — Como que tu ainda tem coragem de chegar perto desse cara?
— Não podemos proibir o Théo de ter contato com ele.
— Agora ele lembra do Théo? Engraçado.
Pego o Théo do colo dele e ele me olhou desacreditado.
— Amor, eu só não quero problema, vamos evitar por favor preto, não quero que minha mãe saiba que o Maurílio teve aqui, vai ser rápido.
— Quer evitar da tia saber porque ela não quer ele aqui, e nem ele perto do Théo. — ele fala me dando a toalhinha do Théo. — E tu vai lá levar ele pra esse filho da puta vê.
— Vid...
— Tu tá errada Thayanara. — ele fala sério e desvia o olhar do meu.
— Matheus, por favor...
— Faz o que tu quiser Thaynara. — ele vira indo até a moça da ornamentação.
Meu Deus, quanto problema. Sai dali e assim que cheguei no portão eu vi o Maurílio.
— Olha, vamos adiantar isso logo. — falo e desfaço pegando o dinheiro no bolso, entrego pra ele colocando o Théo na frente. — Pode ir embora, mas antes pega o Théo um pouco e finge que veio aqui pra vê ele.
— Não vou pegar ele não, tá todo melado de doce. Tchau gatinha, até...
Ele piscou pra mim, mandou um beijo pro Théo e saiu. Entrei com o Théo, e fui falar com minha mãe que o Maurílio teve aqui, ela não gostou, mas relevou, ela pegou o Théo e foi da um banho. Fui atrás do Matheus que estava sentado na varanda de trás da casa.
— Já falei com minha mãe, e até ela deixou passar Matheus. Sério que vai ficar nessa?
— Tô na minha Thaynara, tu fez o que tu achava certo, pronto. — ele fala puxando os desafiados da bermuda jeans que vestia.
— Não quero ficar brigada com você. — falo indo pra perto dele.
— Não estamos brigados, só discordamos uma parada. — ele me olha. — Uma parada sem lógica, eu tô puto com isso, não entra na minha cabeça tu dando brecha pra esse cara.
— Já expliquei que foi pelo Théo. — sento no colo dele e ele passa o braço pela minha cintura.
— Ele não faz falta nenhuma pro Théo, tu tá ligada. — assenti. — Nem pegou o moleque no colo, nem nada, zero emoção quando viu o menino.
— Ele disse que estava com pressa.
— Não justifica, Thaynara. Para de arrumar desculpa para as atitudes desse cara. — ele fala empurrando leve minha cintura pra eu levantar, mas eu não levantei.
— Amor, vamos deixar isso pra lá, vamos esquecer que ele veio aqui. — faço um carinho na nuca dele. — Por favor, primeiro aninho do Théo, não vamos ficar nesse clima.
Ele ficou me olhando por uns segundos e assentiu selando minha boca, ele colou a testa na lateral do meu rosto depois de deixar um beijo ali também.
— Não confio nesse cara. — ele fala baixo. — Não gosto dele perto de vocês.
— Tá tudo bem amor, é super entendível.
Ficamos um pouquinho ali só ele e eu, mas logo fomos vê se as coisas da festa estava pronto, e em um piscar de olhos já estava quase na hora da festa, Matheus foi em casa se arrumar, minha mãe estava pronta e o Théo já estava quase, só não tinha vestido a roupa ainda. Tomei meu banho e me arrumei logo também, uma make levinha e pronto. Já tinha dado o horário e algumas crianças aqui da rua já estava chegando, a festinha estava linda, e o Théo super encantado com os brinquedos que o Matheus fez questão de alugar, o menino não queria saber de outra coisa.
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