Capítulo 49 - Minha Esposa

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Catatonia: 1. forma de esquizofrenia que apresenta uma alternância entre períodos de passividade e de negativismo e períodos de súbita excitação.

                                🐰
Kugi:on
O desespero é um estado emocional de extrema tensão, ansiedade e medo. A pessoa depois que mergulha neste estado não consegue sair com facilidade, a sua percepção negativista contribui para que esteja sempre para baixo e uma sensação de estar caindo. Eu sinto como se estivesse em estado catatônico, é horrível, o negativismo, a tensão no meu corpo é gigante, eu só quero que acabe...
Eu tentava tirar as pedras e partes de concreto dos destroços do prédio, alguns bombeiros tentavam me tirar, mas eu só parei quando ouvi mais um grito.
- achamos mais um! - eu corri até eles, elas a acharam, eles cuidaram para colocar o colar cervical e deita-la sobre a maca, eu corri até ela - é uma mulher, jovem, deve ter uns 20 e poucos anos - o bombeiro gritava, colocando o dedo na pulsação dela - ela está viva, prepara a ambulância! - eu alcancei ela e segurei a sua mão, meus olhos estavam cheios de lágrimas, me impedindo de vê-la bem, eles me puxaram para trás, mas eu voltei a segui-la até a ambulância.
- senhor, o senhor não pode entrar aqui! - a paramédica me avisou.
- ela é... minha esposa... minha... - eu não conseguia dizer direito, ela olhou para o meu rosto, que deve estar horrível, mas eu não me importo!
- okay senhor, entra! - eu entrei e sentei com ao lado dela, alcançando sua mão novamente, ela estava com poucos machucados aparentes, eram apenas riscos, mas porquê ela parece tão mal? - atenção, uma mulher na casa dos 20 anos, parece sem ferimento externo, mas com grande chances de coágulos na cabeça, se preparem, chegaremos em alguns minutos! - ela disse e eu beijei a mão dela, sussurrando baixinho para ela.
- vai ficar bem meu amor, você vai ficar bem, eu te amo.... muito! - eu sussurrei ainda mais baixinho, minhas lágrimas começaram as nossas mãos entrelaçadas.
Não sei quanto tempo se passou, quando chegamos no hospital, ela foi encaminhada para dentro da sala de emergência, vários médicos entraram na sala, e pediram que eu esperasse na sala de espera, eu só fiquei parado em pé, olhando para a placa de emergência em um vermelho vivo, sobre a porta da sala. Eu também não faço idéia de quanto tempo se passou, mas eu ainda estava parado em pé, olhando para o mesmo lugar, até ouvir os meus pais e os meus sogros aparecerem na sala, chamando por mim.
Como se eu estivesse por um fio, eu só precisei me virar, para que tudo ficasse turvo e eu cedesse, caindo sentando no chão, minha mãe correu até a mim.
- filho o que houve? - eu estava com a boca seca, ela gesticulou para o filtro, meu pai me trouxe um copo de água, me mãe me deu e eu bebi tudo, não como desde a tarde de ontem - cadê a s/n, Jeong Kuk? - ela perguntou novamente, me fazendo olhar para ela, meus sogros esperavam pela minha resposta.
- ela...ela estava no prédio... - eu voltei a chorar, eles esperavam eu terminar, então eu me forcei a terminar - no prédio que desabou...ela estava.... mãe, eu não aguento! - eu disse, sentido a dor tomar o meu peito novamente, não sei mais o que aconteceu, tudo ficou escuro e distante, eu apaguei?
Eu abri os olhos incerto, onde eu estou? Olhei para os lados, tentando me acostumar com a claridade do quarto todo branco, senti uma dorzinha na minha mão, levantei ela até a gente do meu rosto. Uma agulha, eu estou tomando soro?
- filho? Você está bem? - eu olhei para o lado, minha mãe estava sentada na poltrona ao meu lado, ela estava com uma feição preocupada.
- o que aconteceu? - eu perguntei e ela levantou, passando a mão sobre os meus cabelos.
- você desmaiou Jeong Kuk, não me mata de susto! - ela suspirou pesado - você estava desidratado e com extrema exaustão, você tem que ficar forte, ser forte! - ela continuou falando, mas tudo ficou mudo, S/n, como ela está?
- mãe, cadê a s/n? - eu me levantei e sentei na cama, ela tentava me segurar, eu tirei a agulha da minha mão e joguei para algum canto.
- filho, você não pode se levantar ainda! - ela tentou me manter na cama, mas não foi o suficiente e eu me levantei, ficando um pouco tonto, acho que faltou oxigênio no cérebro, levantei rápido demais.
- cadê ela mãe? Eu preciso.... - eu saí do quarto, meio descolado, segurando nas paredes para eu pegar impulso e equilíbrio, andando pelos corredores até achar o médico - onde está a minha esposa? Cadê ela? - ele me olhou e depois que viu a minha mãe e os meus sogros, acho que pelo meu tom um pouco mais alto, ele entendeu a situação.
- venha comigo, senhor Jeon! - ele começou a andar, minha sogra perguntou alguma coisa para minha mãe, sobre a minha saúde e ela respondeu alguma coisa sobre eu estar um pouco melhor. O médico me levou até um quarto e me deixou entrar, ela estava deitada sobre a cama, com um curativo enrolado na cabeça, estava tomando soro e provavelmente alguns antibiótico, eu corri até ela e segurei a sua mão, beijando e entrelaçando os nossos dedos.
- como ela está? Por que ela ainda não acordou? - eu estava desesperado, ele colocou a mão nos bolsos do jaleco, eu já estava impaciente.
- ela não teve ferimentos externos, ela foi inteligente, ela se protegeu, então não teve muitos danos, retiramos o coágulo sanguíneo na cabeça dela! - eu olhei para o curativo na sua cabeça, e voltei a olhar para ele - ela vai acordar daqui a pouco, e veremos se ela estará bem! - ele terminou de falar, checou tudo e finalizou - quando ela acordar, me chamem! - ele saiu do quarto e eu voltei a beijar a mão dela, e passar a mão em seu rostinho lindo.
- oi meu amor, acorda logo, está bom? Eu quero te abraçar e ouvir sua voz! - eu beijei mais a sua mão e sorri, meu primeiro sorriso desde de ontem a tarde - eu te amo tanto....como eu amo você meu doce! - eu disse baixinho.
Fiquei ao seu lado, até acabar apagando ao seu lado, não sei por quanto tempo eu dormi, mas eu acordei com o pequeno aperto de sua mão na minha e abri os olhos, ela estava olhando para mim e eu não consegui conter a alegria, de vê-la bem e olhando para mim, os olhos que eu pensei que nunca mais veria, eu estou tão eufórico!
- oi meu amor! - eu disse e ela virou um pouco a cabeça de lado, então ela disse baixinho.
- quem é você? - eu arregalei os olhos, não, por favor não!


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