Capítulo 25

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Rosalie

Entro em casa e minha mãe corre para me abraçar no mesmo instante em que me vê. Ela estava fazendo o almoço especialmente para mim e isso foi suficiente para melhorar meu dia.

Ela está linda, com um vestido longo, os cabelos louros e aqueles lindos olhos castanhos brilhantes e felizes.

Estou muito, muito feliz por estar passando o final de semana com a pessoa que mais amo na minha vida, contudo, minha mente está em outro lugar.

Não consigo parar de pensar em Aiden, ficar longe dele me cansa, e pior, nem é esse o problema. Não consigo entender os dois. Aiden e Dafne estavam tomando café na mesa, como se nada tivesse acontecido, e os outros meninos também. Tem algo muito errado por trás disso tudo, só não consigo entender o quê.

── Você ouviu Rosalie? ── Minha mãe fala alto e eu pulo.

── Hã… o que você disse? ── Droga.

Preciso parar com esse hábito de mergulhar em meus pensamentos e não ouvir quando alguém fala comigo.

── Eu disse que Brady está lá fora! ── Arregalo meus olhos.

── Mãe, diga que não estou aqui!

Sei que minha mãe o adora e eu também, porém, desde que ele me beijou sem meu consentimento, ficou um clima estranho entre nós. 

── Eu já disse que você está, você não ouviu? Vá falar com ele imediatamente, vá Lie! ── Minha mãe me empurra para fora e eu fico brava.

Chego ao portão e Brady está com as mãos nos bolsos e um sorriso no rosto, parece um pouco nervoso.

── Hã… Oi! ── Abro o portão e saio para a rua. Ele me olha por algum tempo.

── Olá Lie, tudo bem? ── Dá um sorriso torto. Ele está tão desconfortável quanto eu.

── Sim… estou bem, e você? ── Arranquei um pedaço de linha do meu vestido.

── Estou bem… Vamos tomar um sorvete? ── Brady se aproxima de mim e tenho medo de que ele tente me beijar novamente.

── Brady, ainda não me esqueci de…

── Eu sei Rosalie, me desculpe, vamos voltar a ser amigos, como antes, não vamos deixar um beijo atrapalhar nossa amizade!

── Você tem… certeza?

── Oh, a menos que você queira…

── Ok, tudo bem! ── digo antes que ele complete a frase. Só não quero aumentar as esperanças de Brady. Ainda mais agora que estou apaixonada por outro. Que é comprometido. Minha mente não deixa de lembrar.

Paramos em uma sorveteria ali perto, aonde sempre íamos quando crianças; conversamos bastante, rimos de algumas besteiras que Brady dizia e fazia e depois voltamos para casa.

── Obrigado, Rosalie, eu estava com saudades! ── ele diz, abrindo a porta do carro com muita educação.

── Obrigada, Brady, também senti sua falta, você é tão fofo! ── Sem pensar duas vezes, o abraço e ele respira fundo, depois me abraça também.

── Boa noite, Lie…

── Boa noite, Brady! ── Sorri e fui embora.

Entrei em casa sorrindo e então me encostei na porta. Brady é legal, divertido e educado. 

Jantei com minha mãe e Abigail, a menina que ela contratou para ser sua companhia, e mais tarde fui dormir. Estava exausta e cansada.

No domingo de manhã, saí com minha mãe para fazer compras para a cozinha. Brady apareceu na casa de novo e até almoçou conosco. À tarde, fui ao lago e levei comigo o livro “Simplesmente acontece” Estou quase no fim, já li esse livro muitas vezes e nunca me canso.

Sinto meu corpo estremecer quando Alex fala a seguinte frase.

“Se você recusar agora, ele fará sua missão de encontrar a garota mais perfeita e bonita do mundo apenas para tentar superar você. Ele acabará se casando com outra mulher e passará o resto da vida com ela, vai dizer para si que ela é perfeita, e que ele é muito feliz, mas ela não vai ser você!”

Essa frase é muito forte, fico arrepiada toda vez que a leio.

Deixo o livro e pego o celular e me assusto ao ver serem 8 horas da noite. Puta merda! Corri para casa, peguei minha bolsa e me despedi de mamãe.

── Mãe, tenho que ir, perdi a noção do tempo!
── Falo super rápido.

── Se cuida, por favor. ── Ela me dá um beijo.

Chamo um Uber e ele chega às 8:15. Verifico meu celular e percebo que tem várias ligações da mansão, e por um momento penso se foi Aiden quem ligou.

Quando chego em frente à mansão, pago o motorista e procuro a chave do portão, mas me lembro que a esqueci em cima da cama no meu quarto.

── Parabéns, Rosalie, parabéns! ── Reviro os olhos e me afasto do portão. 

Me sento na calçada próximo à rua, retiro o celular da bolsa e tento ligar para a mansão, porém, quando disco o número, uma mão forte me agarra por trás, me fazendo estremecer.

── O que uma princesinha tão linda faz uma hora dessa sozinha nesse escuro? ── Ele dá risada e eu fecho os olhos.

Ele me segura com mais força e eu começo a entrar em pânico. Então vejo outro homem na minha frente. Ele é careca e seu rosto me enoja.

── Me deixe ir! ── Imploro e ele aperta meu pulso me fazendo gritar com dor.

── Vamos nos divertir primeiro. ── O outro fala e eu sinto um arrepio de medo percorrer meu corpo.

── Me deixe em paz! ── grito e uma mão grossa cobre minha boca. 

Sinto um odor horrível em sua mão próximo ao meu nariz. Maconha, talvez? 

Meu coração dispara e não posso acreditar no que está acontecendo. Meus olhos se enchem de lágrimas e eles começam a rir.

── Deixe-me ir! ── Grito novamente, mas sai abafado e ninguém ouve.

── Não chore princesa, não vai doer, talvez um pouco! ── Ele gargalha ao meu lado e sinto seu hálito quente em meus olhos.

── Solte-a agora! ── Ouço alguém gritar e meu sangue gela quando reconheço a voz.

Chamas da paixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora