Chamas da paixão

Capítulo 37

Rosalie

Alguns minutos depois, nós nos levantamos e voltamos para a piscina. Bom, eu não ia chegar na piscina somente de biquíni. Por mais que seja algo normal, eu não estou acostumada, então vesti um short jeans e me senti bem melhor.

Chegamos à piscina e logo vi Dafne na água. Aiden estava sentado em uma espreguiçadeira com uma revista na mão e os outros meninos deitados em redes.

── Cai na água, Rosalie, está uma delícia! ─ Evangeline grita de dentro da piscina. 

── Agora não, depois! ── Sorrio fraco. No fundo eu estou com medo por essa piscina ser muito funda, não estou pronta para morrer afogada. 

Caminho até uma espreguiçadeira e me sento, desvio o olhar para Aiden e ele está me olhando fixamente. 

── Você está linda! ── Ele sussurra e eu não consigo evitar o sorriso.

── Obrigada! ── Respondo sem saber se quer o que falar.

── Quem era o garoto? ── Pergunta, olhando para a revista que segura e eu já sei de quem ele está falando.

── Não sei! ── Respondo.

Consigo ver um grupo de pessoas logo adiante com mulheres e homens dançando e gritando e comendo carne assada, por um momento torço para que o homem que beijei ontem já tenha ido embora.

── Amor, vem aqui comigo! ── Ouço a voz de Dafne.

── Não estou afim, depois ok? ── Ele responde e percebo o clima chato entre eles.

Em seguida, ele se levanta e vai até a churrasqueira que fica um pouco longe da piscina. Tiro meu short e me sento na beirada da piscina, tentando criar coragem para entrar.

── Vou pegar uns drinks para nós ── Evangeline diz e sai logo em seguida. 

Fico um tanto constrangida por estar sozinha com Dafne na piscina, por isso me levanto e volto para a espreguiçadeira. Colin e Tristan estão deitados em redes logo adiante e acredito que estejam dormindo.

── Rosalie, você pode colocar champanhe na minha taça? ── Ouço Dafne pedir.

── Não, não estou trabalhando. ── Sorrio gentilmente e, em seguida, me levanto. Ela me olha com olhos flamejantes e sai da piscina, se aproxima de mim e dá um sorriso falso.

── Mas você não é a empregada? ── Ela provoca.

── Aqui não, muito menos para você. 

── Não me enfrenta, garota, você não sabe do que sou capaz! ── Ela sussurra e eu vejo o ódio em seu olhar. 

── Eu não tenho medo de você! ── Respondo. Confesso que realmente não tenho medo dela, no entanto, algo me diz para sair agora. Não quero me rebaixar ao nível de Dafne.

── Você pode se arrepender de mexer comigo! ── Ela cerra os dentes.

── Dafne, você não se cansa? Qual o seu problema comigo? Isso parece inveja sabia. ── Questiono-a com sarcasmo.

── Vai se foder! ── Ela berra e eu dou risada.  ── Por que eu sentiria inveja de uma pobre coitada igual a você enquanto tenho tudo que quero? ── Sorrio.

── Só me diz uma coisa! ── Terei que perguntar isso e talvez eu me arrependa. ── O que porra você fez com Aiden para ele estar com você? Porque todo mundo sabe que ele não te ama! ── Dafne engole em seco. Droga, não deveria ter tocado no nome dele, agora ficou na cara.

── Por que está perguntando isso? 

── Porque vejo como é o relacionamento de vocês dois, todo mundo vê! ── Respondo. Dafne está tremendo de raiva. Merda, não deveria ter falado isso.

── Vocês já transaram, não foi? ── Ela pergunta e eu engulo em seco.

── Não! 

── Fala a verdade, sua vagabunda! ── ela grita.

── Estou falando! ── Digo mais alto, e quando percebo que isso está indo longe demais, me viro de costas para ir embora.

── Aiden me ama sim, sua vadia, e ninguém vai roubá-lo de mim! ── Ela grita e, em seguida, cinto suas mãos me empurrando para dentro da piscina. Grito e tento me segurar nela, mas não consigo.

De fato, essa piscina não é rasa como a dos meninos. Tento alcançar o fundo, porém não consigo. Vejo Dafne se afastando e entro em pânico, ela não pode me deixar aqui. Bato meus braços na água, tentando ficar na superfície.

── Alguém me ajuda! ── Grito enquanto me debato na água. Estou ficando cansada e está entrando água no meu nariz. Droga, droga! ── Socorro! ── Vou até o fundo e consigo alcançar o chão, piso com força e volto para a superfície. 

Meus braços não têm mais forças para se mover e eu estou me afogando, não consigo avistar ninguém próximo.

── Socorro! ── Não consigo mais respirar e meu corpo afunda. Engulo água sem querer e vejo a luz do sol ficando cada vez mais longe. 

De repente, a imagem de meu pai surge na minha mente. Uma lembrança muito antiga de quando eu era criança e éramos felizes. Mamãe estendendo roupas no varal e meu pai brincando de esconde comigo. 

── Achei você, Lie! ── Ele gritou dando risadas e eu ri ainda mais alto.

── Ah, papai, assim não vale! ── Falei e mamãe nos olhava sorrindo.

De repente, outra lembrança invade meu subconsciente. Dessa vez é Aiden. Imagens de quando entrei na mansão pela primeira vez, de quando vi aquele retrato na parede e demos o nosso primeiro beijo.