Prólogo

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Florência era uma cidade grande e próspera. Cercada por belas montanhas e pelo mar. O seu sistema social, político e econômico atraia pessoas de todo o pais. Além de tudo isso era o centro cultural, destacando-se nas artes plásticas, teatro, filosofia e ciência. Havia uma variedade de entretenimento para os jovens, um vasto comércio e dois enormes colégios internos - Colégio inocência e colégio virtude, para onde os ricos enviavam seus filhos - Foi em um deles que Magnólia viveu dez anos da sua vida.

Magnólia olhava com tristeza para o amplo muro do colégio, pensando nos bons momentos que passou e nas pessoas que conheceu. As experiências que ela viveu e todo o conhecimento adquirido enriqueceu sua personalidade e fortaleceu seu caráter.

Magnólia deu a mão para o pai e entrou na carruagem, com um tom melancólico disse: - Sabe papai, passei os melhores anos da minha vida aqui. Fiz amizades que desejo manter por toda a vida, mesmo que o contato se limite a papel e pena - a carruagem afastava-se lentamente, o barulho dos cascalhos e das folhas secas se misturavam - Sinto que deixar o colégio inocência é como deixar uma parte de mim.

- Você chorou tanto quando te trouxe para cá.

- Eu tinha apenas oito anos, pensei que o senhor estava me abandonando - Disse Magnólia olhando para o teatro e naquele momento percebeu que sentiria falta do agito da cidade grande.

- Quando sua mãe morreu tentei criar você e a sua irmã da melhor maneira possível, em vez de criar duas meninas estava criando dois meninos. Se não fosse pela sua tia, você saberia caçar, pescar e usaria calças - Magnólia sorriu ao comentário excessivo do pai que continuou - Quando vi as suas primas bordando e tocando piano, percebi que um colégio interno daria a vocês toda a educação de uma dama. E hoje a minha menina se tornou uma mulher elegante, inteligente e bela. Quando chegarmos em Albuquerque não faltará pretendentes.

Magnólia sorriu aos elogios exagerados do pai. Ela não se considerava elegante e bela. Embora acredita-se que a sua inteligência superava-se qualquer deficiência das outras qualidades.

A viagem ate Albuquerque durava um dia. Ao longo do caminho sr Santiago mencionou um assunto que a filha detestava, casamento. Magnólia sabia que esse assunto viria a tona, visto que seu pai disse anteriormente a palavra pretendente. O conceito de que a vida de uma mulher era ter filhos e cuidar do lar a incomodava de uma forma que nem ela mesma compreendia. Sr Santiago sabia o quanto esse assunto a importunava, mesmo assim não perdeu a oportunidade de falar sobre ele.

Ele pensou em fazer uma pergunta sutil, mas sabia que quando o assunto era casamento, a melhor opção era ser direto e sem mais delongas perguntou embora já soube-se qual era a resposta: - Não entendo, por que você é contra casamento?

Magnólia respirou profundamente, olhou para janela, controlou todos seus sentimentos explosivos e sorriu, olhando para o pai disse: - Não sou contra casamento, sou contra a ideia de que devo casar para ser feliz. Casamento nunca foi e nunca será uma necessidade para mim.

- A verdade é que você tem medo.

- Medo do que?

- De amar.

- Não tenho medo de amar.

- Se você não tem medo. Qual é o problema?

Magnólia não queria briga. Mas, ela perdeu toda a calma adquirida no início da conversa e disse bem irritada - Casamento perfeito não existe. Com o tempo o cônjuge ideal desaparecerá, os problemas surgirão e as brigas começarão.

- Nisso você tem razão, por mais compatíveis que os cônjuges sejam, nem sempre concordaram com tudo, nem sempre terão as mesmas prioridades e nem sempre estarão tão apaixonados como no inicio - Sr Santiago tocou no ombro da filha e continuou - Essas coisa são comum, mas só tornará o casamento infeliz se os cônjuges permitirem. Os problemas sempre existirão, mas é a maneira de lidar com eles que determinará se o casamento será feliz.

- Papai o senhor é muito sábio e tem belos conselhos. Mas preciso que o senhor entenda que eu sou feliz assim. A felicidade não depende de um bom casamento.

- Minha jovem e teimosa filha, eu entendo seu ponto de vista, só você que não entende o meu. Eu não vou estar aqui para sempre, preciso ter certeza que alguém vai cuidar bem de você na minha ausência.

- Não se preocupe, o senhor vai viver muitos anos e terá bastante tempo para me ensinar a caçar, pescar e pensando bem podemos volta a Florência e comprar umas calças- declarou ela em tom de ironia, sr Santiago sorriu - Eu entendo o seu lado, mas eu não estou preparada para isso, tenho tantas coisas para aprender e conhecer. Meu coração não esta disponível.

- Seu coração não está disponível, porque você nunca me deixou apresentar um pretendente. O que acha de me dar uma chance? - Magnólia não respondeu, sabia o que o pai ia falar e a sua resposta seria não, Sr Santiago tinha pensado em tudo, não aceitaria um não e continuou - Eu tenho uma proposta, prometo te deixar em paz e nunca mais tocar nesse assunto se você me permitir apresentar três pretendentes, o que me diz?

Magnólia e o pai estavam discutindo isso desde os seus dezesseis anos. Ela já não aguentava mais aquele assunto, a proposta de nunca mais ser perturbada por ele encantou seus ouvidos.

- Deixo o Senhor me apresentar ate quatro - respondeu audaciosa - Sei que seus esforços serão em vão.

- Alguém aqui estará casada antes de conhecer o quarto pretendente! - afirmou ele confiante.

- Isso é o que veremos - Retrucou ela

E pela primeira vez em quatro anos, ela aceitou a proposta do pai. O que Magnólia não sabia era que ela tinha sido manipulada, que seu pai já tinha todo o plano em mente e que o plano já estava sendo executado a muito tempo.


***

Se você está começando a ler esse livro, não esquece de dar um estrelinha em cada capitulo. Assim eu saberei que alguém ainda está lendo essa história e que vale a pena deixar ela na plataforma.

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