Capítulo 14

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- A Senhorita esta bem? – Perguntou Sr Arthur preocupado.

-Sim estou – Magnólia arrumou o vestido e continuou – Obrigada, parece que o senhor esta sempre me salvando.

- A senhorita atrai cobras – Disse ele rindo – E eu acredito que é o meu dever te proteger delas.

Os meninos que estava observando tudo da vitrine saíram da loja.

- Parece que eu atrapalhei a história.

- Ela já estava no fim – Sr Arthur que estava olhando para os meninos se virou para Magnólia e com um olhar sagaz disse – A senhorita estava nos observando?

- Ah – Espantou ela.

- Como sabe que estávamos no meio de uma historia?

- B... Bom – Gaguejou ela.

- Não importa – disse ele de forma bem compreensiva – Só espera um momento, por favor.

Sr Arthur foi ate os meninos e dispensou-os dizendo que no dia seguinte no mesmo horário continuaria a história. Ele entrou na loja pegou um livro, colocou uma placa na vitrine escrita "volto logo" e em seguida trancou a porta da livraria.

- Conheço o quase conde de Sazo basicamente desde sempre, as nossas famílias são muito amigas.

- Quase conde de Sazo? Chama-o assim porque ele é o segundo filho do conde e não o legitimo herdeiro?

- De certa forma, mas além de não ser mais o herdeiro, o condado pertence a outra família. O Conde perdeu toda a fortuna, para ser mais exato o primeiro filho perdeu a fortuna em jogos. Sem fortuna não conseguiram manter a propriedade de modo que o condado acabou passando para uma outra família.

- Isso é... – Magnólia parou de falar e apenas pensou como era maravilhosa aquela noticia. Sr Rodrigues se interessou por Lady Cibele na esperança de fazer parte de uma família de nobres, quando ele souber que Lady Cibele não tem nenhuma fortuna, ficara decepcionado. Aquela noticia era realmente maravilha, mas é claro que Magnólia não poderia se divertir com uma tragédia dessas de modo que concluiu a frase mentindo - Isso é muito triste.

- Sim é uma verdadeira tragédia.

- Há quanto tempo conhece o Sr Cardoso?

- Desde a infância.

- Então ele sabe o seu sobrenome?

Sr Arthur sorriu da perspicácia da jovem dama e disse: - Sim, ele conhece meu sobrenome.

- Ele pode espalhar pela cidade, o seu segredo tão sagrado.

- Não faria isso.

- Por que tem tanta certeza?

- Porque eu conheço seu segredo obscuro.

- Conhece mesmo?

- Na verdade – Disse ele se aproximando do ouvido direito dela– Não conheço nenhum segredo dele – se afastou um pouco da dama e em tom de voz normal continuou – Todos os homens poderosos tem segredos.

- Então o senhor mentiu?

- Por um bem maior, sua segurança.

-...

- E falando sobre segurança. Embora ele seja um grande babaca de certa forma tem razão, é perigoso uma dama andar sozinha, não se sabe os perigos que te encontrariam por ai. O mundo é um lugar perigoso e nem todas as pessoas são boas, é preciso tomar cuidado.

- ...

- Não sei para onde a senhorita está indo, mas seria uma honra te acompanhar. – Disse ele olhando para as próprias botas, na esperança do convite não ser rejeitado.

- Estou indo para Western Abbey, visitar minha amiga que está doente – Disse ela andando – Sempre faço essa visita a cavalo ou de carruagem, mas hoje meu pai usou a carruagem e o dia estava tão lindo...

Sr Arthur que continuava olhando para o chão percebeu que Magnólia estava se afastando enquanto falava, mas não compreendeu porque ela não aceitou o seu convite. Magnólia olhou para trás e viu Sr Arthur parado no mesmo lugar e só então entendeu que ele estava aguardando sua resposta.

- O Senhor pode me acompanhar, se desejar – Sr Arthur correu em sua direção com um sorriso que fez Magnólia admira-lo, depois daquele momento ela parou de ouvi-lo. Sr Arthur continuou falado por um bom tempo e lhe fez  uma proposta e as únicas palavras que ela conseguiu escutar foram: - O que me diz?

- Ótimo – respondeu de imediato sem saber o que tinha concordado.

- Excelente, ela vai amar te acompanhar nessas visitas e como faz só dois dias que está em Albuquerque será uma ótima oportunidade de conhecer outras pessoas.

"De quem ele esta falando?" Pensou ela.

- Sófia é encantadora. Vai gostar da companhia dela e tenho certeza que a sua associação será muito enriquecedora.

"Ah agora entendi, aceitei a companhia de Sofia".

- Ela parece uma garota cativante – Disse Magnólia que em seguida colocou a mão enluvada sobre a boca.

- A senhorita a conheceu? Perguntou Sr Arthur surpreso.

-N... Não... B... Bem... Ah! – Magnólia pensou em mentir sobre a visita que fez de manhã, mas sabia que em breve Sr Arthur saberia pela própria irmã a verdade – Fui ao seu chalé hoje – Disse tímida – Mas achei muito inadequado a minha atitude e sai correndo antes que a sua irmã pudesse anotar meu nome, ela deve me achar maluca. 

Sr Arthur que estava se divertindo com a gagueira e com toda a história de Magnólia, parou de andar por um momento e começou a rir.

- O Senhor me acha ridícula? - Perguntou ela ao observa-lo rindo.

-  De forma alguma –  Disse ele recuperando o fôlego e se aproximando lentamente de Magnólia, cada passo que dava a deixava sem fôlego, assim já bem próximo disse de uma forma sedutora – Te acho  deslumbrante, fascinante e Magnífica – Ele beijo sua mão esquerda e concluiu– Foi um prazer acompanha-la ate Western Abbey.

A caminhada e a companhia foram tão agradáveis que fez o percurso parecer menor. Sr Arthur que segurava um livro entregou a Magnólia que ainda estava petrificada com tudo que aconteceu- É uma escritora nova e você vai amar – Disse ele fazendo uma leve referencia e em seguida se despedido.

Assim que Sr Arthur sumiu da sua vista, ela pode respirar novamente visto que por um leve momento se esqueceu como se fazia isso. Em sua mão estava um livro intitulado "Emma" de Jane Austen. E na primeira pagina havia uma dedicatória um pequeno trecho do livro que dizia:

"Emma... Diga-me, então, posso ter alguma esperança? (...) – Minha querida Emma – Disse ele -, pois querida você sempre será, seja qual for o resultado desta nossa conversa. Minha querida e muito amada Emma... Diga-me de uma vez. Diga "não" se assim for (...) – Eu não sou um homem de muitas palavras, Emma - ele resumiu, de modo bastante sincero, cheio de ternura, tanto quanto podia ser convincente. – Se eu amasse você menos, seria capaz de falar mais sobre isso. Mas você sabe como eu sou...".

Magnólia só conseguia pensar em uma coisa Sr Arthur havia se declarado por meio de um livro.

Aquela história foi ouvida pela Srta Alves com muita alegria, mas a amiga alertou Magnólia, talvez não fosse uma declaração e sim um gesto gentil de um amigo.

Seja declaração ou não, aquele pequeno gestou despertou em Magnólia sentimentos dos quais ela nunca pensou que um dia sentiria.

Naquele mesmo dia ela iniciou a leitura do livro.

***

Oh Meu Deus!! Vai chover!! ( Na minha cidade já está chovendo)

Parece ate uma ilusão, mas sim eu escrevi dois capítulos e publiquei na mesma semana!

Espero que gostem! Obrigada por tudo pessoa... Beijos de Mel 😘

MagnóliaOnde histórias criam vida. Descubra agora