Magnólia

Capítulo 29

A agitada Florência não se comparava a doce e encantadora Albuquerque. O cheiro do campo e o canto dos pássaros faziam muita falta no fim da tarde. As carruagens e as pessoas transitando em frente a mais nova livraria de Sr. Arthur o deixava impaciente. Como seria maravilhoso voltar àquela cidade e como seria maravilhoso encontrar Magnólia, pronta para discutir sobre livros ou vê-la furiosa ao tocar no assunto casamento, noivado ou qualquer coisa que remetesse ao amor.

O relógio marcava dezoito horas, em breve os amigos de Sr. Arthur estariam ali para leva-lo a um pub. Planejavam alguns jogos habituais de cartas ou dardos, acompanhado é claro de uma variedade de cervejas, destilados ou vinho.

Desde de que retornou à cidade, não fez outra coisa a não ser trabalhar e transferir a livraria de Albuquerque para Florência. Fazia algumas semanas que não via Sófia e os amigos. Por isso, planejou uma saída com eles e um passeio para o dia seguinte com a irmã. E quanto ao pai, seu plano de vida era evita-lo ao máximo ou de preferência para sempre. Sr. Rodrigues não era um homem ruim, era um homem ambicioso. Que desejava o melhor para o filho e para os Rodrigues, e segundo a sua concepção, um casamento vantajoso e um título era o melhor. O que deixava Sr. Arthur furioso.

– Rei Arthur! – Gritou os velhos amigos de infância batendo com força na porta da livraria.

– Pegue sua excalibur e vamos nos sentar na távola redonda e discutir os assuntos dos Bretões ó rei – Disse o jovem Inácio fazendo uma referência assim que Arthur saiu da loja.

– A caminho da sua loja nós estávamos discutindo sobre qual dos três é o Sir Lancelot – Disse Heitor – Chegamos a seguinte conclusão, você como rei dos bretões deveria escolher o seu Lancelot.

– Todos sabem que ele vai me escolher – Disse com grande convicção Inácio.

– Bem – Disse Arthur fingindo seriedade – Sem dúvida, você Inácio será...

– Lancelot eu sabia –– Disse-o um pouco afobado – Durma com essa... mocinhas!

– Inácio você será Cordo.

– O bobo da corte? Como ousa escarnecer da minha pessoa.

– Me desculpe Inácio, mas a sua pessoa é meu regozijo.

Heitor e Estevão riram de Inácio até chegar ao pub. Ficou claro que depois daquele dia Inácio seria chamado de Cordo, o bobo da corte, até o fim da sua vida. Inácio era o mais novo dos quatro e consequentemente o mais engraçado, nunca levada nada a sério e sempre tinha uma piada na ponta da língua até mesmo quando acontecia uma desgraça. Heitor era um ano mais velho que Arthur, estava noivo a dois anos e falava pelos cotovelos. Estevão era o mais velho e estava casado a três anos. E tinha um habito que deixava todos irritados, estava sempre pronto a dar um tapa em que falava besteira e a sua vítima era sempre Inácio. Era considerado por todos como o mais sábio e aquele que todos buscavam conselho, embora não se achasse digno desta atenção.

– Quais são as suas objeções que me impedem de ser Sir Lancelot? – Protestou Inácio ao chegar no pub.

– Você roubou meu pião favorito – Respondeu Arthur escolhendo uma mesa – Além do mais... Estevão será meu Lancelot.

– O que? – Questionou Heitor sentando a mesa escolhida – Ah por favor! Estevão te bateu quando você tinha oito anos. Eu deveria ser Sir Lancelot e ele deveria ser Mordred.

– Pode parar com isso – Vindicou Estevão – Mordred destruiu o reino de rei Arthur, e ainda era seu filho ilegítimo.

– Você quase destruiu a existe de Arthur quando ele tinha oito anos, era um frango raquítico e você o atacou.