– Não estamos a sós – Disse Magnólia se referindo ao cocheiro.
–É... Não estamos exatamente a sós – Admitiu Sr Arthur olhando-a ternamente.
Assim que a carruagem passou a andar, o sol entrava pela janela ofuscando a sua visão e a cada movimento os cabelos castanhos de Magnólia eram iluminados pelo sol, deixando-o ainda mais belos. Era impossível tirar os olhos da jovem dama. Sr Arthur poderia ficar ali admirando-a por horas e horas.
Durante o percurso conversaram sobre o piquenique, que foi muito agradável, exceto a presença do conde e ambos concordavam com isso. Além da péssima companhia, os pãezinhos de Bath feitos por Caroline estava de fato horríveis. Magnólia se divertia ao ouvir as criticas de Sr Arthur, que garantiu que jamais comeria outra coisa feita por ela.
– Não deve ter sido tão desagradável – Expressou Magnólia, ao recordar que os pãezinhos foram elogiados por todos.
– A senhorita diz isso porque não experimentou – Pronunciou ele, sem olhar para dama e sorrindo concluiu – A única coisa realmente agradável no piquenique, foi a sua companhia.
Magnólia não sabia como reagir ao comentário, apenas esperou que ele mudasse de assunto.
A carruagem estava mais rápida do que o normal e de súbito parou bruscamente. Sr Arthur que estava olhando para Magnólia percebeu que a jovem dama não conseguiria se equilibrar. Como ela estava indo em sua direção, não pensou duas vezes e a segurou com muito prazer.
– Me desculpe – Disse ela envergonhada – O senhor está sempre me salvando.
– Talvez essa seja a minha sina – Anunciou ele ajudando-a a voltar para o lugar.
O cocheiro era um homem de confiança e nunca antes havia feito uma parada tão brusca, preocupado com o corrido Sr Arthur decidiu verificar o que aconteceu. Minutos depois voltou com más noticias, uma criança havia cruzado o caminho. Os cavalos se assustaram, o cocheiro perdeu o controle da carruagem e foi para cima de uma rocha quebrando uma das rodas. E agora os dois eram obrigados a continuar o percurso a pé, pelo menos estavam perto de Azel park.
Embora a caminhada não fosse muito agradável, devido ao dia cansativo e a suspeita de chuva. Sr Arthur tinha em suas mãos a oportunidade perfeita para esclarecer certo mal entendido.
Mas como chegar naquele assunto de forma sutil? Magnólia tinha repreendido-o pelo simples fato de usar seu apelido, imagine a reação dela se ele perguntasse: "A senhorita está apaixonada? Quem é Narciso? Você o ama? Estão noivos em secreto?".
– Sabe o que é engraçado? – Perguntou Magnólia de forma repentina.
– O que? – Perguntou ele um pouco distraído, retornando dos seus pensamentos.
– Vitória veio conosco na carruagem para evitar que ficássemos á sós, a companhia dela não serviu de nada, olha a nossa situação! – Declarou ela dando de ombros – Já parou pra pensar em quantas vezes ficamos sozinhos?
– Acho que nenhum casal de noivos ficou tanto tempo a sós como nós dois – Brincou ele lembrando-se de cada uma das ocasiões.
Magnólia não achou o comentário tão divertido. Sr Arthur percebeu seu semblante serio e por isso perguntou:
– Por que esse assunto te aborrece tanto?
– Que assunto? – Perguntou ela embora o assunto em questão fosse bem obvio.
– Aquele que tanto te aflige – Relembrou ele com um sorriso de deboche – Aquele assunto que envolve casamento.
– Ah!
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Magnólia
Roman d'amourMagnólia Santiago sempre repetiu para si mesma e para o pai que jamais se casaria. Sr Santiago muito preocupado com o futuro de sua filha, propõe um acordo: - Prometo te deixar em paz e nunca mais tocar nesse assunto se você me permitir apresentar t...