Capítulo 43

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Florência era uma bela cidade e ficava ainda mais bela em determinadas épocas do ano. Os bailes eram uma dessas épocas. Todo o foco dos cidadãos, girava em torno deste evento. Embora poucos pudessem comparecer, todos se envolviam com seus trabalhos artesanais ou comerciais. Muitos homens, mulheres e crianças ficavam nas suas sacadas ou em frente as suas casas observando as carruagens passar. Na esperança de ver os vestidos, penteados e outros adornos das jovens debutantes.

As revistas e jornais, só falavam desse evento. Incluía dicas sobre como se comportar diante dos nobres e algumas curiosidades sobre as debutantes. Além de tecidos e cores mais usadas pelos familiares das moças. Não havia jovens no reino que não gostasse deste assunto. As meninas nobres, ficavam fantasiando, aguardando a sua vez e as que não tinham títulos sonhavam em ser apadrinhada por uma senhora muito rica.

Quando a noite do baile finalmente chegou, sentimentos e ansiedades de todo tipo de espécie surgiu por todo a Brígida. Sr. Garbin não queria deixar a esposa sozinha, algo lhe dizia que o seu herdeiro nasceria naquela noite ou naquela madrugada. Magnólia que havia pendurado o vestido na janela, pediu aos céus um encontro adequado com Sr. Arthur. Ela queria olhar nos seus olhos, ouvir sua voz e dizer tudo o que estava guardado. Sófia dançou quase que toda a manhã com o vestido, sua empolgação era mais pela roupa e pela decoração do baile do que arrumar um pretendente. Mas o desejo de ser cortejada por alguém estava começando a ser despertado em seu íntimo. Sr. Arthur encarou o convite para o baile, que lhe foi concedido apenas por ser o irmão de uma debutante. A vontade de ficar em casa era maior do que a vontade de ir, mas ao recordar que a irmã estava no evento foi obrigado a reconhecer que a sua presença era indispensável, principalmente para proteger ela dos possíveis libertinos, afinal tais homens encaravam as protegidas como mulheres para diversão e as nobres como mulheres para o casamento.

A carruagem da senhora Hansen chegou dez minutos adiantada, Sófia era metade ansiedade e metade empolgação, ela já estava pronta muito antes da carruagem chegar. Inácio desceu para ajudar a jovem e ficou encantado com a mulher que estava diante dele. Sófia sorriu de forma tão terna, deixando evidente que em baixo de todo aquele adorno, estava a sua essência de menina.

– Sófia não esqueça as coisas que eu lhe disse, sabe que está é uma excelente oportunidade para melhorar o seu padrão social.

– Sim, mamãe.

– Minha filhinha está tão linda, não acha Sr. Fernandes?

– Sem dúvida. Sófia será a mais belas de todas e talvez nem aceite dançar comigo, haverá tantos pretendentes.

A Baronesa de Hansen olhou para a Sra. Rodrigues e seu olhar evidenciou o seu profundo apreço por aquele possível casal.

– Sófia informe ao jovem Fernandes que reservara uma dança para ele, afinal a sua família tem lhe demonstrado imensa bondade ao longo destes anos todos.

– Sim, mamãe – era tudo o que aquele rostinho vermelho conseguia responder.

– Não vou mais atrasa-los. Eu sei que as debutantes devem chegar bem cedo – A Sra. Rodrigues se despediu da baronesa e do jovem Fernandes de forma cordial e deu um segundo beijo na filha.

Todas as debutantes se encontravam na sala lilás. Havia água e alguns docinhos pra todas. Sófia ficou tentada a pegar alguns deles, mas notou que nenhuma das meninas, se quer olhou para os doces. As jovens conversavam sobre os possíveis nobres solteiros do reino.

Uma jovem de cabelos cacheados ficou observando Sófia que estava olhando os doces e pensando se pegava ou se ignorava. Quando ela decidiu pegar, a moça se aproximou e disse:

– Não faria isso se fosse você. No ano passado a Lady Catharina comeu e ficou o baile todo com os dentes sujos. Você deve ter lido sobre esse evento nas revistas e jornais.

MagnóliaOnde histórias criam vida. Descubra agora