– Mag – Disse Sr Arthur da forma mais carinhosa possível – Me permite chama-la assim?
Magnólia que estava quase deitada na poltrona se levantou em um pulo, tropeçou na barra do vestido, perdeu o equilíbrio e quase caiu. Gaguejou alguma coisa impronunciável e ficou vermelha como um tomate. Não conseguiu distinguir o que era mais vergonhoso, as palavras que disse ou a quase queda.
– Posso? – Questionou ele se aproximando.
– Pode... – Respondeu ela dando um passo para trás – Mas não em publico – Declarou firme.
Chama-la por um apelido, que ninguém usaria além dele já era de certa forma uma pequena vitoria.
Magnólia ficou parada sorrindo e desejando que ele não tocasse naquele assunto, mas...
– Então, a senhorita sentira a minha falta? – Questionou ele com um sorriso tão charmoso e tão cheio de confiança que fez a dama perder a concentração. Como não houve resposta repetiu a pergunta – A senhorita sentira a minha falta?
– Fiquei tão surpresa com a sua partida que não tive tempo de me expressar.
– Agora a senhorita pode se expressar – Declarou ele dando pequenos passos e encurralando-a.
– Sentirei a sua falta... – Isso era tudo o que Sr Arthur precisava ouvir, mas ela continuou – Estou perdendo um dos melhores críticos da história. Quem mais discordará das minhas opiniões literárias?
Sr Arthur apenas sorriu, ele esperar uma declaração ou um simples "Por favor, fique". Estava pronto para expor todos os seus sentimentos, estava sereno por fora, mas por dentro parecia uma bomba prestes a explodir, queria gritar tudo o que sentia. Magnólia estava confusa, não conseguia distinguir os seus próprios sentimentos, já não era mais aquela pessoa decidida e segura de antes. Ela já não se reconhecia e ficava se questionando se era assim que deveria se sentir.
– Só lamento não ter passado tanto tempo juntos – confessou ele, Magnólia sentia o mesmo, mas não teve coragem para admitir apenas pensou que não conseguiria ir à cachoeira sem pensar nele – A senhorita precisa me prometer uma coisa.
– O que? – Perguntou bem curiosa e com um sorriso que não conseguia conter.
– Que ficará longe das serpentes, na minha ausência.
–Farei um esforço – Afirmou ela.
E o assunto acabou de forma simples, sem motivo ou explicação. Eles ficaram ali se olhando e sorrindo. Cada um buscava em sua mente algo para dizer, mas não existiam palavras para aquele momento. Apenas apreciaram cada segundo da possível ultima vez em que se veriam.
– Srta Santiago – Disse Jorge entrando na sala de cabeça baixa – A senhorita terminou de escrever a carta? O jovem Gabriel está indo ao... Sr Arthur o que faz aqui? Esqueceu algo?
– Sim! – Respondeu ele com certa irritação – Sófia... Esqueceu o seu endereço.
– Ah! É verdade – Declarou Magnólia pegando o papel que estava no sofá onde Sófia estava sentada – Ela anotou e esqueceu-se de guardar.
– Vou acompanha-lo ate a carruagem dessa vez – Disse Jorge com o semblante ainda mais serio – Vou espreitar a sua partida.
– Obrigado Jorge – Com o papel em mãos ele ficou congelado encarando Magnólia pensando em quanto a amava e em como seria difícil partir, mas infelizmente ela ainda não sabia ler mente.
–Sr Arthur! – Repetiu Jorge o nome do rapaz, pois estava perdendo a paciência, estava prestes a pegá-lo pelo braço e tira-lo a força da sala. Sr Arthur fez um breve aceno e partiu.
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Magnólia
RomanceMagnólia Santiago sempre repetiu para si mesma e para o pai que jamais se casaria. Sr Santiago muito preocupado com o futuro de sua filha, propõe um acordo: - Prometo te deixar em paz e nunca mais tocar nesse assunto se você me permitir apresentar t...