Capítulo 25

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Sr Gregório estava admirando as coleções de livros da Biblioteca e questionando quem tinha feito às restaurações tão perfeitas.

            – Sr Arthur – Disse Magnólia interrompendo a coversa e evitando uma apresentação formal e sem graça que sem duvida seria feita pelo seu pai – É um jovem talentoso que mora aqui perto.

            – Seu trabalho é impecável, preciso conversar com ele. Tenho uma coleção bem estimadapela minha família e seria uma tristeza se desfazer deles.

            Theodoro Gregório era de estatura mediana, um pouco mais alto que Magnólia. Era descendente de escoceses e tinha olhos verdes, barba e cabelo ruivo. A família estava em Cecília a oito gerações, já não eram tão escoceses como deveriam.

            – Sr Gregório está é a minha filha mais nova Magnólia Santiago.

            –É um prazer conhecê-la – Disse ele fazendo uma breve referencia que foi correspondida da mesma forma.

            – Sr Gregório ficara conosco alguns dias?

            – Me chame de Theo, afinal somos...

            "Noivos" era essa palavra que Magnólia aguardava ansiosa. E estava disposta a fazer a maior balbúrdia da sua vida. Mesmo que isso quebrasse o acordo e fosse obrigada a conhecer milhares de pretendentes. Estava disposta a pagar esse preço.

            – Somos amigos – o completou – Afinal comprarei Azel Park.

            – Comprará? – E assim ele a desarmou.

            – Sim, ela não está à venda?

            –Está a venda sim... – Interrompeu Sr Santiago mudando de assunto – Já conheceu o nosso estábulo?

            – Não senhor, gostaria muito de conhecê-lo.

            – Jorge levá-lo-á.

            Assim que o provável comprador saiu. Sr Santiago explicou para a filha que não contou a verdade ao Sr Gregório, achou que seria divertido trazê-lo a Azel Park como um simples convidado.

            – Deveria ter apenas convidado, não precisava vender a nossa propriedade.

            – Eu disse que você era contra a venda e que só venderia se você permitisse.

            – E o que ele disse?

            – Disse que faria o possível para conquistar a sua confiança e mostrar que é digno de Azel Park. Achei a ideia fantástica e o convidei como um hipotético comprador e amigo. Quem sabe ele não conquiste apenas sua confiança, mas também seu coração – Brincou Santiago.

            – Consegue imaginar como ele vai se sentir ao descobrir que não comprará Azel Park?

            – Consegue imaginar como ele vai se sentir ao comprar Azel Park e casar com você?

            – O senhor é doente, sabia?

– Apenas vivo fora da nossa realidade – Brincou ele.

***

Os boatos da partida de Sr Arthur se espalharam rapidamente e haviam se passado apenas dois dias. Sófia já não estava em estava em Florência escolhendo fitas e tecidos. Muitos questionavam a partida repentina do jovem, uns diziam "Os negócios estão maus", "O pai está doente" ou "Ele reatou aquele noivado". Magnólia ainda sustentava a ideia de que ele estava com o coração partido, que o noivado de Caroline o deixou em pedaços. Todos na cidade tiravam as suas conclusões precipitadas e nenhum chegou perto da verdade.

Naquela tarde a Sra. Motta fez um convite para um chá a todas as jovens da cidade. Ela dizia que o segredo da juventude e estar rodeada de jovens. Sr Santiago levou Sr Gregório para conhecer todos os quatro cantos de toda a herdade, incluindo as suas terras e animais.

Magnólia ficou em duvida se pegava a carruagem ou se ia a cavalo. Olhou para o tempo que parecia muito promissor e solicitou que preparasse Charles para uma caminhada.

No meio do caminho é pega de surpresa ao ver o chalé de Sr Arthur com a placa aluga-se. Prendeu as rédeas de Charles e caminhou ate a carruagem que estava cheia de malas.

– Mag – Disse Sr Arthur completando seu nome– nólia...–  Ao se aproximar falou baixinho – Esqueci que estamos em publico. Quase te chamei de Mag.

– Está partindo hoje?... Deveria ter informado a sua partida.

– Foi repentino – Mentiu ele. Na verdade o jovem Gabriel criado de Magnólia havia encontrada Sr Arthur e informado que em dois dias Sr Garbin estaria na cidade e isso o fez acelerar as coisas.

– Está alugando o chalé. Então está partindo mesmo. Não retornará mais?

– O chalé ficou pequeno para as minhas coisas, se retornar alugarei uma propriedade maior.

– Se?

– Ainda não me decidi.

– Sua partida repentina, não me deu tempo para escolher um presente ou preparar uma cesta.

– Já tenho muitas cestas – disse ele apontando para a carruagem que de fato estava cheia de cestas.

– O senhor é bem querido, nunca vi uma carruagem tão cheia. Mas nenhuma delas iria se comparar a minha cesta.

– Tenho certeza que não – Está era uma oportunidade perfeita para elogiar Magnólia ou demonstrar pela ultima vez que tinha interesse nela, mas Sr Arthur estava cansado de não receber nenhum retorno da parte dela.

– Ficarei devendo uma cesta e um presente. Pena que não tenho nada para te dar além de uma fita de cabelo – Brincou ela.

– Posso ficar com ela?

– Com a fita?

– Seria um presente perfeito.

Magnólia pegou a fita azul que tinha sobre o cabelo e a entregou a Sr Arthur.

– O que vai fazer com a fita?

– Não sei ainda, mas acho que ela vai deixar a minha aljava mais bela – Disse ele enrolando a fina na mão.

– Espero que o senhor retorne o quanto antes... Albuquerque não será a mesma sem você.

– Nós nos reencontraremos Mag e isso é uma promessa... Poderia te abraçar agora se fosse adequado. No entanto acho que... – Magnólia não deixou Sr Arthur terminar a frase e correu em sua direção e o abraçou. Foi o abraço longo e bem forte e pela primeira vez ela o deixou sem fôlego.

Deixar Albuquerque depois daquele abraço foi à decisão mais difícil da sua vida e uma das mais dolorosas. Ao sair da cidade tudo que lhe restaram foram boas lembranças e o perfume dela na fita.

***

Calma pessoas incríveis... eles vão se reencontrar!

Só mais um pouquinho e tudo se resolvera rs

Obrigada por tudo!!

MagnóliaOnde histórias criam vida. Descubra agora