Capítulo 16

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Sr Arthur e Magnólia caminharam lado a lado. Primeiro conversaram sobre o tempo, depois falaram do prazer da caminhada e por ultimo conversaram sobre livros.

– Conhece Maria Edgeworth? – Perguntou Sr Arthur.

– Claro! – respondeu Magnólia com entusiasmo.

– Então nesse caso a senhorita gosta de Belinda? – Questionou ele.

– E ainda pergunta? – Disse Magnólia – Esse livro é fantástico, mas o que mais me atrai nele é a personalidade de Belinda. Ela tem muito controle sobre as suas emoções.

– Alguns pessoas considera Belinda fria – E quando Sr Arthur disse algumas pessoas estava se referindo a si mesmo.

– Essas pessoas não sabem de nada. Belinda é um livro fantástico – Assegurou Magnólia com muita convicção, se Sr Arthur contrariasse essa ideia iniciaria uma briga. Assim para evitar quaisquer conflito ela perguntou – E o senhor quais seus autores favoritos, Além de Walter Scott?

– Além de Walter Scott, gosto bastante de Thomas Malory. As historias dos cavaleiros templários e a busca pelo santo Graal é emocionante– Sr Arthur fez uma pequena pausa e concluiu rindo – Quando eu era criança obrigava meus amigos a me chamar de...

– Rei Arthur? – Sr Arthur ficou envergonhado e apenas riu – O senhor gosta do Rei Arthur?

– Gosto tanto que o meu cavalo se chama Excalibur.

Magnólia não aguentou ouvir aquela história, sempre encarou Sr Arthur como alguém sério e maduro. Após recuperar o fôlego disse: – Também gosto de cavaleiros templários. Meu cavaleiro favorito é Galaaz.

– Galaaz? O cavaleiro puro e o único que pode sentar...

– Na cadeira perigosa da Távola redonda – Disseram os dois juntos como se fossem crianças compartilhando do mesmo brinquedo.

Sr Arthur já admirava muito Magnólia e seu objetivo com o passeio era apenas conhecê-la um pouco mais. Magnólia também se agradava da sua companhia e sentia que poderia falar sobre qualquer coisa com ele.

Após caminhar uns cinco minutos, de longe avistaram a árvore que estava carregada de flores e o chão a sua volta parecia um tapete branco.

Magnólia se aproximou da árvore e disse: – É a criação mais bela que já vi.

Sr Arthur pegou uma flor da árvore e colocando sobre os cabelos de Magnólia declarou: – Depois que conheci essa árvore e a senhorita, entendi a razão do seu nome, e de fato é a criação mais bela que já vi – Concluiu usando as palavras dela, mas não se referia à árvore.

Magnólia não sabia como reagir diante desse comentário, não sabia se ria da declaração ou se sai correndo.

– Posso fazer uma pergunta? – Disse Sr Arthur encarando-a.

Magnólia ficou assustada e a ideia de correr parecia muito adequada.

– Calma – Disse ele ao perceber a sua preocupação – Não é uma pergunta comprometedora, e nem um pedido de noivado, é apenas uma curiosidade.

– Primeiro me faça à pergunta – Disse ela se recuperando do choque e sentando ao lado da árvore – Depois decidirei se vou responder.

– Tudo bem – Pronunciou Sr Arthur, sentando ao seu lado – O que a senhorita tem contra casamento?

            – Essa é uma pergunta da qual não responderei – Declarou ela sorrido de alivio, por não ser uma declaração.

            – O que acha de um segredo por outro segredo? – Perguntou ele convencido de que ela aceitaria a oferta, mas não houve resposta, assim continuou – A senhorita me diz por que não deseja se casar e eu explico por que escondo meu sobrenome– concluiu ele de forma sagaz.

MagnóliaOnde histórias criam vida. Descubra agora