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Estávamos sentados na calçada, enquanto nossas malas eram dispostas ao nosso lado, Sam recebia os devidos cuidados e fãs malucos pra todos os lados, tirando fotos e criando teorias do que exatamente aconteceu. É óbvio que o vídeo de segurança vasou, é óbvio que descobriram que a Sam é quem tinha feito a página de fofocas e a matéria sobre mim (descobri que inúmeros outros famosos foram vítimas também, inclusive uma matéria sobre Gallagher estava sendo preparada), tentei dar um jeito no celular de Samantha para não conseguir mais escrever, como não consegui, apenas divulguei o Instagram dela no próprio site. Só consegui fazer essas coisas pois Marcos havia pego o celular dela.

Cat estava uma fera, eu não a culpava, mas também não sabia por que exatamente. Aidan não repetiu o episódio da Hannah e se afastou de mim, o que é bom, Marcos está meio tentando acalmar a Cat meio tentando acabar com o site da Sam.

Não contamos exatamente o que aconteceu para a Cat porque não tinha motivo. Foi só uma infeliz coincidência a Cat e a Liliam serem amigas, mas Cat n conhecia a Sam, só sabia que era uma ex do Marcos, pra que aborrecê-la? Bem, essa era aparentemente uma linha sensata de pensamento, até eu resolver pisar na garganta da Samantha.

Eu não tive muitos danos, só um corte no lábio inferior, o que não foi nada comparado ao estrago no rosto e no pescoço da minha adversária na briga. Eu devia ter sido mais justa, já cheguei prendendo ela no chão, nem dei chance de se defender. Meu professor de artes marciais e luta ficaria orgulhoso.

Eu estava olhando fixamente pra minha mão quando Cat me estende um pedaço de linho branco que enrolava um cubo de gelo. Coloquei levemente na boca enquanto me levantava e puxava a mesma para longe das fãs que rodeavam Aidan como uma matilha de cães selvagens. Expliquei a ela toda a história e o porque de não dever ficar brava com Marcos, que a culpa era toda minha e todos os outros clichês de salvar a vida (ou melhor, o relacionamento) do melhor amigo.

-Hum...- Suspira uma vez- eu só odeio que escondam as coisas de mim, sabe. Sempre fizeram isso, não me achavam confiável ou sei lá o que. É só que eu fico chateada.- Nesse momento eu morri de pena da Cat.

-Ah, Cat, nós confiamos muito em você, de verdade, só não queríamos ver você mal sem necessidade, então só falamos da Sam como "a ex que partiu o coração do Marcos". Sinto muito.

-Nós dois sentimos.- A voz de Marcos surge atrás de nós do nada, me fazendo dar um pulo e Cat suspirar.

-Tá tudo bem. Me escondam mais alguma coisa e eu mato os dois. Mas tá tudo bem.- Enquanto riamos da ameaça, um jornalista (mais parecendo um psicopata com um bloquinho de notas) se aproxima e me faz algumas perguntas.

-Julie, uma palavrinha rapidinho.- Eu sabia que uma hora ou outra eu teria que responder perguntas, tanto para me defender quanto para me explicar.

-Claro.- Marcos e Cat já estavam de saída e de mãos dadas nesse momento, novamente como pombinhos apaixonados.

-A senhorita entrou numa briga com uma tal de Sam, certo?

-É mais complexo que isso, senhor, mas é um bom resumo, sim.

-Claro, claro. Você foi vista saindo da casa de Aidan Gallagher, temos fotos para provar.- Arg, droga. Achei q só fossem falar da briga.

-Está correto. Eu estava passando mal ontem à noite numa festa, então ele foi me buscar e passei a noite lá. Por isso saí parecendo um marca-texto.- Dou risada, a fim de deixar o clima leve.

-Estava maravilhosa, se bem que é um pouco exagerado para o dia. Completamente exagerado, na verdade.- grosso.- Continuando. Você e o Gallagher voltaram?- O homem (não tão velho quanto imaginei, olhando mais) olha nos meus olhos, quase como se implorasse por uma resposta negativa de minha parte. Ah não. Não era um repórter, jornalista, muito menos um escritor de alguma página. Era um fã. Um fã que confundiu seus sentimentos. No momento em que chego a essa conclusão vejo que a mão do homem se aproximava cada vez mais da minha.

Foi aí que um par de mãos fortes me abraçam pela sintura. Aidan. De onde foi que ele saiu? Enfim, acabou que o homem saiu, derrotado, logo depois de seus olhos se encherem de lágrimas. Fiquei com pena dele, mas não posso me casar com cada pessoa que pensa gostar de mim. (Se bem que são bem poucas.)

-Arg, docinho, é só eu me afastar por dois  segundos e os lobos já caem matando.

-Não se afaste então.- Sussurro, sem pensar.

-Oi?

-N...nada. Vamos. Não sei onde levar a Cat e o Marcos agora.

-Eles podem ficar na minha casa até arranjarem outro lugar. Ou até irem de volta pra casa, sem problemas.

-Sabe que eles não aceitariam.

-Não custa tentar.

Então voltamos para a fachada do hotel, onde Cat e Marcos estavam sendo bombardeados com flashs de todos os lados, mas quando viram meus dedos entrelaçados aos de Aidan, foi quase um estupro fotográfico para mim e o garoto que eu não queria que me soltasse por nada no mundo.

Aidan e euOnde histórias criam vida. Descubra agora