Aidan e eu

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Não sei como isso aconteceu. Como fomos parar todos no meu carro, indo para o meu apartamento minúsculo numa cidade que mais parece um buraco. Combinamos que colocaríamos todos os colchões da casa na sala e dormir lá até o Marcos e a Cat voltarem ao Brasil.

O clima está meio pesado, estamos todos refletindo sobre as últimas horas e sobre a surra que a Sam levou. E os zeros que saíram da minha conta bancária para evitar um processo.

Até coloco um CD, mas fico extremamente envergonhada por serem músicas minhas. Não era um problema a Cat e o Marcos escutando, pra todos os efeitos, os dois são os primeiros a ouvir minhas músicas, mas o jeito que Aidan encarava a caixa de som na porta do carro e analisava as letras acabou me deixando desconfortável.

O sol estava se pondo atrás de nós, notei que o céu da Califórnia era sempre assim, do rosa, ao laranja, e enfim, azul.

A viagem para casa correu tudo bem, se não contarmos com a tensão palpável entre todos no veículo. Chegamos em casa exaustos, enquanto Marcos e Cat arrumavam suas coisas no quarto de hóspedes, Aidan me ajudava a arrumar a sala para dormirmos todos juntos. Quando tudo estava pronto, meus três convidados devidamente confortáveis e alojados e alguns lanches prontos para eles, eu mesma fui tomar banho, deixando a água lavar o estresse que o dia causou. Minha boca ainda tinha gosto de sangue.

Saio do banheiro e visto um short curto confortável, uma blusa 4× o meu tamanho, coloco minhas meias preferidas e prendo o cabelo ainda molhado num coque.

Volto para a sala com cobertores e travesseiros quando o olhar de Aidan cai sobre meus pés.

-Que é, são confortáveis.

-Sapos Julie?- Questiona Marcos seguindo o olhar de Aidan.

-Você fala como se não tivesse uma igual. Não precisa mentir para imprecionar a Cat.

-Peraí, você tem meias de sapinho Marcos?- Cat questiona.

-Sim...- Marcos mostra a língua pra mim e logo depois cora por perceber que Cat o estava encarando.

-Meu Deus...- Nesse momento Cat tira as pantufas que estava usando e revela meias também com estampas de sapos. Acabamos caindo na gargalhada, menos Aidan, que apenas deu um risinho sem graça enquanto escorava na bancada da cozinha.

Acabamos pedindo comida, em poucos minutos comida chinesa e duas porções de saladas chegaram no apartamento. Comemos assistindo à "Por lugares incrível", e as reações variavam de risada histérica à preocupação quando eu tive uma crise de choro por causa do filme, depois de me irritarem, eu acabei me deitando de costas para todos, mesmo sem sono, o restante ali ficaram acordados por algum tempo, apenas limpando a sujeira que fizemos e jogando o lixo fora. Mas só consegui dormir realmente quando senti uma respiração profunda no meu pescoço e um par de braços me envolvendo.