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-Julie... eu te amo...

Estou morando na casa dos Gallagher à dois meses e 10 dias, naturalmente eu desenvolvi um amor incondicional pela minha família anfitriã. Amo o jeito doce e amável da Lauren, amo comer com Rob de madrugada, amo sair com o Aidan... mas isso? Eu não posso lidar com isso. Não dá.

Minhas mãos antes apoiadas em seus ombros se adastaram abruptamente, o peso das palavras de Aidan me afundavam num anismo que eu não conseguia ver o fim...

Flashback on

-Eu te amo...

Noah não respondeu e estava claramente evitando me olhar nos olhos.

-Noah... eu disseque te amo...

Nunca tínhamos dito aquelas palavras um pro outro, mas acho que com dois meses de namoro já está mais do que na hora...

-Julie, eu...

-Não precisa responder, só queria que soubesse...- interrompo.

-Julie eu conheci outra pessoa...

Noah continuava falando mas meus sentidos não estavam mais funcionando. Eu não ouvia nada, não sentia nada, não conseguia falar. Quando vi que os lábios tão conhecidos e familiares de Noah pararam de se mover eu assenti e andei e comecei a me afastar do "nosso banco". Mas então eu paro, de repente, olho para Noah uma última vez, seus cabelos castanhos lisos penteados sempre do mesmo jeito, sua pele pálida, os contornos perfeitos de seus lábios, seus olhos grandes que parecem que vão saltar pra fora a qualquer momento... Quando percebo o delicado colar de prata com pingente em forma de girassol estava em minha mão. Coloco o colar ao seu lado, onde eu estava sentada, e logo depois vou pra casa, e espero uma mensagem de arrependimento que nunca chegou...

Flashback off

O amor é superestimado, e isso é um fato.

Se eu sinto amor por Aidan Gallagher? Eu não sei... não posso dizer "eu te amo" pra depois ele sair da minha vida... ou me desprezar e ignorar completamente...

Flashback on

-Mãe... eu amo você...

Estava no começo da adolescência quando meus pais começaram o processo de divórcio, eu comecei a perceber que meu pai nunca dizia essas palavras para minha mãe, eu e meu irmão dizíamos no dia das mães, como se fosse rotina. Cheguei a conclusão de que ela precisava de amor na vida dela.

-Mamãe? Você ouviu? Eu disse que amo você...

-Já disse pra não me chamar assim, Julie, demonstre respeito com os mais velhos. "A senhora me ouviu?"

Depois desse dia, eu não dizia mais "eu te amo" no dia das mães.

Flashback off

-Eu...  me desculpa, eu só... não posso... não consigo... eu não sou forte o suficiente...

Aidan se afasta dando um passo pra trás, assente e depois começa a sair... eu quero impedí-lo, quero muito, mas não posso ser egoísta a esse ponto... posso? Que se dane.

Pego em seu pulso, o que faz com que ele pare e se virr pra mim, seus olhos um pouco mais brilhantes que o normal por causa das poucas lágrimas que começam a se acumular em seus olhos de pupilas não mais dilatadas.

Eu tento achar palavras pra dizer, tento abrir a boca, sinto que ele merece uma explicação mas a única coisa que sai da minha boca é talvez a sentença mais egoísta que já disse em toda a minha vida...

-Não me deixa...

-Não estou me sentindo muito bem, vou pra casa agora, peço minha mãe pra te buscar.

Vejo ele indo embora, me deixando sozinha entre Janes Autens e Shakespeares...

Aidan e euOnde histórias criam vida. Descubra agora