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Mensagem on

Número desconhecido: "me diga algo que você nunca tenha dito antes..."

Eu sabia exatamente quem era, e sabia exatamente oque ele queria que eu respondesse. "Antes que eu passe por aquela porta". Se eu dissesse isso, completaria nossa música. Não vou dar esse gostinho pra ele.

Me: eu saí por aquela porta.

Número desconhecido: eu te adoro, eu te adoro.

Me: por que fez aquilo?

Número desconhecido: toda essa fama, tudo oq vc conquistou...
Eu sabia q vc chegaria longe, ñ podia atrasar vc.
Deculpa.
😪

Me: Tudo bem, acho...

Número desconhecido: amigos?

Eu não sabia o que responder. Definitivamente não éramos amigos, no máximo conhecidos, nem sabia se conseguiríamos ser realmente só amigos. Então não respondi, desliguei o celular e o joguei pela janela do quarto. Claro que me arrependi em tempo recorde.

Desci correndo pela vasta escadaria do hotel, dando a volta e entrando na rua estreita, onde eu havia jogado meu celular. Me abaixo, pegando-o e tentando ligá-lo. Por sorte ainda funciona. Quando olho novamente para frente um par de olhos verdes e brilhantes me encaravam enquanto um sorriso ladino brotava dos finos lábios do dono dos tão fascinantes olhos.

Por alguns segundos eu mergulhei na mais profunda admiração, achando que era Aidan Gallagher e percebendo o quanto eu sentia falta daqueles lábios tão perto dos meus, mas quando meus olhos focaram percebi que o rosto de Timothée Chalamet estava perigosamente perto do meu. 

-Fiquei preocupado quando ví uma garota tão bonita correndo de roupão pelas ruas estreitas de Londres...

-N...não precisa se preocupar. Eu S...sei me cuidar.

-Se soubesse mesmo não estaria cercada agora, estaria?

Olho para meus lados esquerdo e direito e então percebo que estou mesmo cercada, as duas mãos de Timothée estavam bem dos lados da minha cabeça.

-É... você me pegou... acho melhor eu voltar pro meu quarto...

Esperei até que Timothée tirasse suas mãos e liberasse passagem... mas isso não aconteceu. Em vez disso Timothée se aproximou e me beijou, uma das minhas mãos foi parar em sua nuca, puxando os fios de seu cabelo comprido, mas ele não encarou como que se eu estivesse pedindo pra se afastar, encarou como desejo.

O seu perfume cítrico inundou meu nariz, senti falta de como Aidan sempre cheirava a côco e sabonete masculino.

Eu travava uma batalha interna, por um lado era isso que eu queria dês de o começo da noite, por outro, me encontrar com Aidan reacendeu uma chama... ou melhor, fortaleceu uma chama nunca apagada.

Eis aqui uma verdade: eu nunca deixei de amar Aidan Gallagher, por mais que ele tenha sido idiota. Uma noite de sexo com Timothée Chalamet não anularia esse amor.

Com essa conclusão, me afasto antes mesmo que nosso beijo envolvesse nossas línguas, coloco as duas mãos em seu peito e tento me afastar, a confusão  nos olhos do garoto é clara.

-Desculpa... eu só... não posso...

No momento em que ele segurou meu braço e tentou me agarrar eu entendi que ele não era nada daquilo que aparentava... então, apoiando as mãos em seus ombros, eu dei uma joelhada no "amigo" dele, depois corri e só parei quando virei a esquina, com meu celular ligado e a tela trincada.

Então tenho uma ideia madavilhosa... solto meu cabelo do coque em que estava preso, bagunçando-o, arranho com minhas próprias unhas o braço pelo qual Timothée me puxou e meu pescoço, depois fico olhando para a luz forte do poste até meus olhos lacrimejarem. Me olho pela câmera frontal do celular... perfeito. Entrando na recepção, com um segurança segurando uma lanterna rodando pelos imensos salões, quando o recepcionista e o guardinha viram meu estado ao mesmo tempo ficaram desesperados, então (me segurando para não rir) expliquei toda a história que, por mais que seja verdadeira, não me causou todo aquele estrago.

Os homens logo foram atrás de Timothée, orientando-me a voltar para meu quarto e tentar dormir, já que aquele evendo poderia me deixar com sequelas caso eu pensasse muito nisso. Assenti e fui em direção às escadas enquanto eles passavam pela porta, procurei por um ponto onde as câmeras não pegasse e quando achei, caí na gargalhada, não consegui segurar até chegar no quarto. Ouço passos vindo em minha direção e quando olho pra cima Aidan Gallagher, com uma mão na boca (para segurar a risada) e a outra em minha direção, aceito-a e corremos escadas a cima, rindo até a barriga doer.

Quando chego na porta do meu quarto junto de Aidan, ele se aproxima e eu me enrijeço ao toque de seus lábios macios em minha testa. Foi uma despedida digna. Um último momento. Uma última memória feliz. Um momento infantil, é melhor lembrar daquela noite do que das inúmeras outras em que fiquei sem dormir, me perguntando o que eu havia feito de errado...

Aidan e euOnde histórias criam vida. Descubra agora