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Anne's pov:

A mamãe e o papai estão na cozinha, eu estava amassando as batatinhas pra eles mas mandaram eu vir pro meu quarto fazer um desenho pra pôr na geladeira.

-ASSIM NÃO DÁ AIDAN, QUE INFERNO.

-EU QUE O DIGA.

Esses gritos acontecem bem raramente. Mas quando acontece eu acabo chorando um pouquinho, mas eu não posso chorar, sou uma menina grande agora. Quando os gritos acabam eu vou correndo até o quarto da mamãe e do papai e encontro a mamãe chorando muuuito. Ela estava sentada na cama com os cotovelos nos joelhos e o rosto nas mãos.

-Mamãe?

-Oi meu amor.- A mamãe limpou o rosto com as mangas da blusa de frio que eu dei pra ela no último natal e estendeu os braços pra me carregar. Eu fui até ela e senti uma gota de alguma coisa cair no meu ombro enquanto eu abraçava ela.- Terminou o desenho?- ela fungou uma vez.

-Uhum.- Desci do colo dela e fui correndo buscar o desenho que eu fiz.- Aqui, eu vestida de princesa no castelo da Disney, a mamãe aqui lendo e o papai tirando foto aqui.

-E o que é isso?- Ela perguntou apontando uma parte miito importante do desenho.

-É nossa capivara de estimação daãh.- Eu estou tentando convencer a mamãe e o papai à me darem uma capivara faz um tempo.

-Ah, claro, como não pude enxergar.- Ela riu um pouquinho.- Me dê aqui, deixa eu colocar na geladeira pra você.

E ela foi, com uns imãs em formato de frutas nas mãos. Eu comecei a usar a cama de casal gigantesca como pula-pula, mas no meio de um dos saltos eu ví um livro que a mamãe nunca leu pra mim antes de dormir. Com dificuldade, eu agarrei o livro e abri. Parecia que alguém tinha escrito à mão à muito tempo atrás, e eu ainda não sabia ler essa letra.

Enquanto eu folheava as páginas, meu pai passou por mim e entrou no banheiro do quarto dos meus pais. Ele não olhou pra mim mas acho que estava chorando.

Julie's pov:

Coloquei o desenho da pequena na geladeira, ainda fungando e relembrando as duras palavras ditas por Aidan durante nossa última briga.

"Essa é a minha casa. É a minha filha. É a minha vida.

Não, Aidan, é a nossa vida. Nossa filha. E nossa casa.

Você diz isso mas sabe que quando eu pedir o divórcio tudo isso vai pra mim. Inclusive sua preciosa filha que você está mimando. *nesse momento, Aidan não se deu conta de suas palavras e tentava ler a expressão de sua esposa, enquanto ela mudava de zangada para inconsolável* o que foi agora Julie?

Nada, Aidan."

Tombo a cabeça pra trás, tentando fazer as lágrimas recuarem. Não sei mais onde Aidan se meteu nem se estava falando sério. Resolvo dar uma volta com Anne para esfriar a cabeça. Subo as escadas na intenção de buscar as chaves do meu carro e minha filha quando me deparo com Anne sentada em minha cama, onde a deixei, com o livro aberto em seu colo. Ela passava as páginas com seus dedinhos gorduchos e admirava os celos, fotos e outros objetos como flores secas colhetadas no dia específico em que escrevi a página em que o objeto em questão foi colado.

-O que está fazendo com isso pequena?- Observo a página que Anne estava observando. Um agrupamento de colagens com uma foto minha e uma de Aidan, nossas assinaturas, alguns recortes de jornais que saímos, flores dissecadas, o nome da nossa música...

 Um agrupamento de colagens com uma foto minha e uma de Aidan, nossas assinaturas, alguns recortes de jornais que saímos, flores dissecadas, o nome da nossa música

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-Achei esse livro mamãe. Lê pra mim?- Eu estava prestes a dizer não mas seus olhinhos brilhantes me imploram com tamanha intensidade que não fui capaz de fazê-lo.

-Está bem meu amor... "Tentei lutar, mas em vão. Não consigo mais. Não posso reprimir meus sentimentos. A senhorita tem de me permitir dizer com quanto ardor eu a admiro e a amo."  O som irritante do despertador interrompe Sr. Darcy e me faz revirar os olhos.- Começo, lendo o início da minha história de amor com Aidan Gallagher. Quando cheguei na parte em que encarei seus olhos verdes brilhantes e intensos pela primeira vez, mais lágrimas inundam meus olhos com a possibilidade iminente de um rompimento.

-Por que está chorando mamãe?

Aidan's pov:

Andava de um lado para o outro dentro do banheiro, passando as mãos repetidamente pelo cabelo, tentando entender que merda eu tinha feito.

"Você diz isso mas sabe que quando eu pedir o divórcio tudo isso vai pra mim. Inclusive sua preciosa filha que você está mimando..."

Achei o erro. Na verdade, muitos deles. Eu fui egoísta, idiota, escroto, questionei o jeito de Julie de criar nossa filha e ainda pra completar deixei aberta uma possibilidade de um divórcio. Ou melhor, dei certeza absoluta de que pediria um. Fiz tudo o que jurei que jamais faria no dia em que trocamos nossos votos.

Sinto o líquido quente e salgado rolar sobre meu rosto enquanto o silêncio ensurdecedor do banheiro me abatia. Queria implorar à Julie Gallagher por seu perdão, pedir que gritasse comigo e que jogasse as panelas da minha casa, qualquer coisa que me fizesse sentir algo não tão ruim quanto o inútil hipócrita que me sinto agora.

Abro a porta do banheiro nessa intenção, de implorar por perdão, e me dou de cara com a cena de Anne sentada entre as pernas da mãe em nossa cama de casal, lendo o livro no qual Julie se dedicou por meses à fio. Julie estava lendo nossa história para a pequena.

-E como foi pro papai nessa parte?- Pergunta Anne passando o dedinho indicador na parte em que a mãe acabara de ler, que contava quando fui levar Julie para comprar o livro que ela pediu para registrar recordações.

-Eu estava morrendo de vergonha, princesa. Eu não sabia se queria mais enterrar minha cabeça em algum buraco por ali ou beijar sua mãe.- Encaro os olhos inchados e vermelhos de Julie, que me fitavam com cansasso e indisposição. -Julie Gallagher, eu fui um idiota completo. Um babaca. Eu não quero me separar de você, meu amor. Quero continuar aqui com você, nossa filhinha maravilhosa, que estamos criando juntos de maneira maravilhosa,  alimentando e preservando nosso relacionamento. Eu amo você, meu amor. Por favor, por favor, me perdoa.-Disse logo depois de me agachar ao lado da cama, ao lado de minha esposa e minha filha.

Anne me olhava com aqueles olhinhos de pupilas dilatadas, segurei uma de suas mãozinhas e a outra estendi em direção à Julie, esperando que ela a segurasse. E ela o fez, ainda um pouco excitante mas fez. Foi suficiente para eu abrir o maior dos sorrisos e ser eternamente grato à minha esposa.

                                                        

Ei gatenhos, só passando pra divulgar minha nova obra "us.", que por um acaso é baseado na história de vida real de quem vos fala, então setiverem algum interesse pls vão lá no meu perfil conferir a história. Grata ❤

Aidan e euOnde histórias criam vida. Descubra agora