Depois que Alex prestou um rápido depoimento, respondendo as perguntas do delegado sobre sua trajetória do Acre até o Rio, trouxe ele para minha clínica. Faz dois dias que o trouxe para cá. Ele foi sucinto nas suas respostas com o delegado, limitando-se apenas em responder sim ou não. Alex não contou que esteve em cárcere privado por todo esse tempo e que era um policial. Mesmo sabendo dos riscos que corremos, achei melhor ele não ter revelado nada aos policiais sobre o que passou, pelo menos nesse momento, até colocá-lo em um lugar seguro.
Não conversamos sobre nada nesses dois dias. No primeiro dia Alex dormiu praticamente o dia inteiro e ontem passei o dia atendendo na clínica. Noah não apareceu, só nos falamos por mensagens, pois estava de plantão ontem e hoje disse que iria visitar os pais em Petrópolis. Ele ainda não aceitou a ideia de Alex ter que ficar aqui. Diz que é muito arriscado e que posso estar correndo perigo. No fundo eu sei que ele tem razão, por isso já providenciei outro lugar para Alex ficar.
Tive que contar a Zoe sobre a volta de Alex, não tinha como manter segredo da minha melhor amiga, visto que passamos muito tempo juntas e logo iria descobrir sobre ele. Concordando com o Noah, em eu estar correndo perigo, foi logo me oferecendo a casa da sua família, localizada no interior de São Paulo, para Alex ficar. Ela garantiu que a casa está vazia e o lugar é seguro, e que dificilmente alguém encontrará ele lá. Aceitei a sua ajuda prontamente. Só falta eu contar para Alex sobre a casa e que viajaremos para lá nesse final de semana.
— Gostei das roupas...Você tem um bom gosto — Alex diz sentando à mesa, após tomar banho e vestir as roupas novas que comprei para ele. — E pelo visto também é boa na cozinha. Olha esse café da manhã, só coisas deliciosas!
— Você gostava de uma mesa de café da manhã farta — revelo, indo até a geladeira pegar o achocolatado. — E essa era a sua bebida preferida. — Coloco o achocolatado na mesa.
— Bebida láctea sabor chocolate — ele ler o que tem estampado na embalagem. — Eu gostava de tomar isso? — Ele levanta a caixa e a examina detalhadamente com as sobrancelhas juntas.
— Sim — confirmo. — E bem gelado. — Puxo a cadeira e sento à mesa.
— Bom... bem gelado eu sei que está, vamos ver se ainda é a minha bebida preferida. — Alex abre o achocolatado, puxando o lacre, e enche a metade do copo. Ele degusta um pouco, estala a língua para sentir o sabor, seu olhar fixo no copo em suas mãos. — Tem certeza que essa era a minha bebida preferida? Não é ruim, mas iogurte é bem melhor. — Ele pega o iogurte de morango que estava em cima da mesa e enche outro copo, bebericando-o logo em seguida. — Jéssica sempre levava para mim escondido.
— Iogurte?! — Me admiro. — Está me dizendo que prefere iogurte do que achocolatado? — Alex balança a cabeça que sim, ainda com o copo de iogurte na boca. — Eu não acredito nisso! A gente sempre brigava porque você só queria beber achocolatado antes de sair para o quartel, e eu reclamava para que tomasse outra coisa, um iogurte, um copo de leite, mas nunca aceitava.
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Quebrando Regras (Finalizada)
Literatura Feminina❤Sinopse❤ Ágatha Bianchi, uma jovem de 27 anos, recebe uma notícia que muda o rumo da sua história. Recém casada, vê sua felicidade ser arrancada de forma dura e cruel. Seu marido - um Coronel da Força Nacional - é morto, em uma ação pacificadora, n...