❤Capítulo 52

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— Noah! Noah! Nós viemos te resgatar! — Deitado no colchão fino, coberto com um lençol sujo e rasgado, escuto a voz de Ághata do lado de fora do quartinho

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— Noah! Noah! Nós viemos te resgatar! — Deitado no colchão fino, coberto com um lençol sujo e rasgado, escuto a voz de Ághata do lado de fora do quartinho. 

Sento de supetão e olho para o sequestrador com o nome de Batata, que rapidamente engatilha a metralhadora sem desviar seu olhar assustado da porta. Não demora para a porta se abrir e Ághata aparecer no nosso campo de visão. Ela parece não enxergar o sequestrador, pois logo vem ao meu encontro.

— Parada ai mirmã... se não vou ter que usar a metranca aqui! brada Batata apontando a metralhadora para Ághata, a expressão séria, assustada.

— Ághata, não!!!! — grito, na tentativa que ela pare e obedeça a ordem dele.

Ela não dá ouvidos, parecendo estar inerte ao grande perigo que corre. Não demora para a metralhadora começar a cuspir fogo em sua direção. Ela cai sem vida aos meus pés, seu corpo furado de balas, lavado de sangue.

— Nãoooo! — Me desespero, caindo por cima dela. — Ághata, nãooo! — Choro, meu rosto rente ao seu.

— Owww... bombeiro! Playboyzinho! — Sinto uma mão batendo no meu braço, depois no meu rosto.

— Oi... não... o quê... Ághata, não! Meu amor, não! — As palavras saem e eu sinto que meu coração está sendo esmagado por elas. De repente, meus olhos se abrem dando de cara com um homem de cabelo rastafari, agachado ao meu lado, o mesmo que passou o dia ontem me vigiando. — Cadê a Ághata? O que fez com ela? — inquiro, a mente desnorteada.

— Tu tava tendo um pesadelo, ow... mané. Até parece que fumou uns baseados e ficou noiado. — Ele se levanta e senta no banco de plástico. — Não tem ninguém aqui além de eu e tu. E a madrugada toda será assim, só nós mermo. Além de uns compassas que estão vigiando o território lá fora. Essa será a minha última noite como babá, porque amanhã teu destino será decidido. — Ele sorri com deboche, acendendo um cigarro de maconha.

Suspiro aliviado ao constatar que tudo se passou de um sonho ruim. O meu corpo está tremendo e meu coração bate freneticamente. Tudo parecia tão real!

— Que horas são? — pergunto, olhando para o lugar onde certamente tinha uma janela, mas que, agora, está totalmente fechada por tábuas de madeira, a fim de saber se era dia ou noite, uma vez que já tinha perdido a noção do tempo.

O sequestrador dá um trago no cigarro e olha-me de lado. Penso em insistir para que me diga, pois precisava me sintonizar com o tempo, para que minha mente pudesse criar estratégias de como suportar as próximas horas. 

Quando eu articulo o que dizer, ele responde:

— Quase uma da madruga. — Ele dá um trago bem forte no cigarro e solta a fumaça, com cheiro insuportável de mato, pela boca. A fumaça cobre seu rosto e adentra por seus cabelos rastafari.

Quebrando Regras (Finalizada)Onde histórias criam vida. Descubra agora