— Vou esperar você tomar banho primeiro — Ághata enuncia, descendo dos meus braços, pegando as suas roupas no chão e saindo do banheiro.
E mais uma vez a mulher quente, ousada e cálida, tornou-se fria, indiferente e gélida.
Inspiro fundo, atordoado, sem entender a sua mudança repentina, olhando ela se afastar. Meu coração arfa, pressionando meu peito, batendo rápido, parecendo que vai explodir.
Não consigo entender.
Eu queria gritar, questionar, por que ela sempre age assim, depois que fazemos amor, mas me contenho e faço o que pediu.
Tomo um banho rápido e me visto, colocando uma calça jeans escura, uma camisa polo branca com listas azuis e vermelhas e um tênis. Ajeito os fios bagunçados do cabelo com as mãos, pego minha mochila e volto para o ambiente do consultório. Encontro Ághata de costas, parada em frente a um armário, organizando algumas caixas de medicamentos de uso veterinário, vestida com a mesma roupa que há pouco estava fora do seu corpo.
Estremeço ao lembrar dela nua, se contorcendo em meus braços e gemendo de prazer em meu ouvido.
Linda.
Dou um passo e a mochila esbarra no pequeno sofá que fica ao lado da estante de brinquedos pet, chamando a sua atenção para mim. Nossos olhos se cruzam e faíscas saem deles.
Ela desvia o olhar ligeiramente dos meus, e, hesitante, diz:
— Vou tomar um banho rápido! Prometo não demorar. — Vai em direção a porta, agindo como se nada tivesse acontecido entre nós.
Isso me inquieta.
— Ághata... — Seguro em seu braço, antes de ela atravessar a porta, fazendo-a parar e olhar para mim. Seus olhos cheios de dúvidas, confusos, me fitam por alguns instantes.
— Não podemos continuar, Noah — diz com a voz baixa, afastando seus olhos dos meus.
— Ághata... mas...
— Amigos, Noah... podemos ser apenas amigos — conclui, sem olhar para mim, me impedindo de falar que as palavras "não podemos" não se encaixa mais em nossas vidas. — Vou tomar banho! Não demoro! — Ela segue para a segunda parte da clínica, seu espaço pessoal.
Sento no sofá, coloco a mochila ao meu lado e, nervoso, passo as mãos no cabelo, por Ághata querer insistir com essa ideia de sermos apenas amigos. Eu poderia não dá a mínima para isso, seguir com a minha vida, mas a verdade é que estou completamente apaixonado, rendido, e não consigo ver mais a minha vida sem ela.
Meu coração bate agitado. Inspiro fundo. Levanto. Ando de um lado para outro, enquanto as palavras "podemos ser apenas amigos" remói em meu peito.
— É claro que eu não quero ser apenas seu amigo — murmuro para mim, parando em frente a sua estante, olhando para sua bela foto no porta-retrato.
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Quebrando Regras (Finalizada)
Chick-Lit❤Sinopse❤ Ágatha Bianchi, uma jovem de 27 anos, recebe uma notícia que muda o rumo da sua história. Recém casada, vê sua felicidade ser arrancada de forma dura e cruel. Seu marido - um Coronel da Força Nacional - é morto, em uma ação pacificadora, n...