— Pode deixar que levarei os vinhos, pai. De hoje não passa! — falo com meu pai ao telefone.
— Faz uma semana que diz isso, Noah! — Ele reclama da minha demora para levar os vinhos para os funcionários da ONG.
A verdade é que estou evitando me encontrar com Ághata, porém estou ciente que essa resistência não perdurará por muito tempo, pois só posso entrar na comunidade com ela. Durante esses dias que estamos distantes, sempre meus pensamentos estiveram nela. Penso em cada detalhe dessa mulher: seu belo corpo, o sabor dos seus lábios, seus gemidos no meu ouvido, o seu cheiro ludibriante, único. E a cada pensamento sinto o meu corpo acender de desejo, perder o controle.
— Não vai passar de hoje, prometo! — Tento acalmar Seu Theodore, que desde que voltamos de viagem, a uma semana, encharca no pé para que eu leve as caixas de vinho para a ONG.
— Se não fizer isso hoje, vou providenciar outro jeito de entregar. O que Ághata deve estar pensando de mim? Que sou um salafrário, um mentiroso, um sem caráter— diz ele, exagerando no drama. — Eu prometi os vinhos, Noah! Se eu soubesse teria pedido a Taylor para fazer isso, tenho certeza que os vinhos já estariam na ONG.
Se fosse ele, eu também tenho certeza que os vinhos já estariam na ONG. Taylor só quer uma oportunidade para se aproximar de Ághata, mas é claro que não vou lhe dar essa chance.
— Levarei assim que sair daqui do quartel — falo, trocando o celular de ouvido.
— Assim espero. Não esqueça que a palavra de um homem é o....
— Reflexo do seu caráter — completo a frase que cresci ouvindo dele.
Uma coisa que aprendi e admiro muito nele: sempre honrar com o que diz. Eis o motivo que Seu Theo está tão nervoso.
— Logo, logo o novo vinho da vinícola Collins estará nas mãos dos funcionários da ONG, prometo. — Escuto alguém bater na porta da minha sala. — Vou ter que desligar, pai. Nos vemos no final de semana, em Petrópolis. Te amo!
— Também te amo, filho!
Desligo o celular e vou abrir a porta.
— Com licença, Tenente! — Cabo Henrique presta continência parado na porta. — Posso dar uma palavrinha com o senhor?
— Sim, claro! — Dou espaço para que entre.
Henrique fecha a porta, em seguida estende a mão para me cumprimentar. Retribuo seu aperto de mão.
— Não quer sentar? — pergunto, apontando para a cadeira em frente a minha mesa.
— Não, não! Serei rápido.
Aceno com a cabeça, aguardando o que ele tinha a dizer.
— Domingo é o aniversário da minha noiva, e você sabe como são as mulheres... se não fizermos nada no dia do aniversário delas, somos um homem morto — ele fala e me seguro para não rir.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Quebrando Regras (Finalizada)
Romanzi rosa / ChickLit❤Sinopse❤ Ágatha Bianchi, uma jovem de 27 anos, recebe uma notícia que muda o rumo da sua história. Recém casada, vê sua felicidade ser arrancada de forma dura e cruel. Seu marido - um Coronel da Força Nacional - é morto, em uma ação pacificadora, n...