❤Sinopse❤
Ágatha Bianchi, uma jovem de 27 anos, recebe uma notícia que muda o rumo da sua história. Recém casada, vê sua felicidade ser arrancada de forma dura e cruel. Seu marido - um Coronel da Força Nacional - é morto, em uma ação pacificadora, n...
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— Pode me dar um pouco de água? — peço, meus lábios ressecados, a sensação de secura na boca. Meu corpo já emitia sinais de que eu estava ficando desidratado.
No minúsculo e imundo quarto está apenas eu e um homem de pele morena, baixa estatura, tatuagens no rosto, pince no nariz, com uma pistola nas mãos, responsável por me vigiar. Ele está sentado no banco de plástico, perto da porta, encostado na parede. Seu olhar sério sai da tela do seu celular e me encara. Seu semblante tenebroso e olhos vermelhos feito fogo, causa-me calafrios. Sem dizer nada ele sai do quarto e volta com um copo descartável na mão.
— Tá com fome? MP autorizou lhe trazer um pouco de comida.— pergunta o homem, colocando o copo nos meus lábios ressecados. Ele vira o copo com brutalidade e a água cai mais fora da minha boca do que dentro. Tento tomar a maior quantidade de água possível, mas logo vejo o copo se esvaziar em suas mãos. E esse pingo de água só fez aumentar ainda mais a minha sede.
Ele joga o copo descartável no chão e pega o celular no bolso. Em seguida, pede, através de uma mensagem de áudio, que tragam uma marmita para mim, pois o chefe autorizou que me dessem alguma coisa para comer. Não demora para que a comida chegue. Ele joga a marmita perto de mim, como se eu fosse um animal desprezível.
Olho para a comida faminto, visto que eu estava a quase 24 horas sem comer. O sequestrador sorrir debochadamente ao perceber o quanto eu estava ansioso para pegar a marmita à minha frente, uma vez que minhas mãos estavam amarradas.
— Vou soltar, mas não tente bancar o espertinho, tenente — diz, desamarrando as cordas das minhas mãos ligeiramente.
Não digo nada, apenas pego a marmita, abro-a e começo a comer com um garfo descartável que estava preso na tampa. Feijão, arroz, purê e um pedaço de frango assado, era o que tinha para matar a minha fome. Como mais rápido que o normal a fim de preencher o estômago vazio, que já doía por ter ficado tanto tempo sem comer.
— Se sua família não conseguir o resgate que MP pediu, essa será a sua última refeição — ele termina de falar e dá um sorriso maquiavélico.
O manda chuva de MP veio aqui mais cedo, dizer que o banco não está cooperando e só dará o valor solicitado pela minha família em três dias, mas que seu chefe não concordou. Ele está determinado a receber o resgate até amanhã. Caso minha família não consiga o dinheiro, irão me matar, dá fim ao meu corpo e nunca mais me encontrarão.
"Eu preciso fazer alguma coisa para sair daqui!"
Penso enquanto como a comida fria e sem gosto. Paro de comer ao ver a porta se abrindo e um homem de moletom, com capuz cobrindo o seu rosto, entra no quartinho. Ele tem uma metralhadora pendurada no pescoço.
— Fica de olhos bem abertos no tenente, Batata! Você não pode nem pestanejar, entendeu?! Sei que é a primeira vez que Tripa te escala para um sequestro. Tô logo avisando que não pode vacilar.
