Amy Martin
Olá Dory,
Como você sabe, eu comecei a me consultar com a Dra. Dorothy Clarke, a mãe do meu "cunhadinho". E isso tem me feito muito bem, assim como desabafar com você. Dorothy diz que escrever em um diário ajuda muito também. Ela está me ajudando a entender muita coisa da minha vida e que "não há nada de errado em ser louca por amor, nada do que você passou foi culpa sua."
E acho que isso está finalmente entrando na minha cabeça. Ainda tenho várias questões para trabalhar com ela, mas em um pouco mais de um mês fazendo terapia senti uma mudança absurda na minha vida. Hoje até me pergunto como consegui viver 17 anos sem isso, me parece coisa de outro mundo agora. Não consigo mais me imaginar sem me consultar com Dorothy. Ela é tão incrível e bem-humorada, faz eu me sentir muito a vontade até quando eu desabo em lágrimas.
As aulas voltaram e sem ela acho que não conseguiria passar por tudo isso. Luke e aquela azeda irritante da Gabrieca (Sim, eca, não ela. Aqui eu posso ser infantil porque você é um caderno e não vai me julgar) estavam namorando e isso me incomodava um pouco. Não por ciúmes do Luke, não, não era isso. E sim pela própria Gabriela. Ela é muito, muito insuportável e agora eu tinha que aturar sempre. Nem com o próprio Luke eu falava direito mais por conta dela.
Durante o finalzinho das férias eu evitei todos os meus amigos, ela me aconselhou que isso não era o certo. Eu quero ficar sozinha, sim, mas mesmo assim não posso me distanciar deles. Então eu voltei a sair com eles e dormir na casa das minhas amigas ao menos uma vez na semana. Pois é, os programas tinham voltado, mas não com tanta frequência como antes. Todos eles entenderam bem e respeitaram.
Mas com Calum eu não tinha muita vontade de conversar. Quer dizer, sim, sinto falta dele, todo dia, toda hora, porém... Não. Não consigo ter ele por perto fingindo ter uma amizade saudável que nunca tivemos. Só quando crianças nossa amizade era saudável, sem segundas intenções. Não quero ele por perto apenas para ser meu amigo como também não quero nada com ele romanticamente falando.Dorothy não interfere muito quando falo isso. Ela é na verdade bem enigmática quando se trata do Calum e como está nossa relação hoje em dia. Ela diz que se é isso que eu quero, ela apoia, mas também diz que eu devo conversar com ele e ser sincera sobre coisas que guardei só para mim. Uma conversa definitiva de adeus. Um ponto final em toda nossa história.
Porém pensar assim, num fim definitivo de tudo que vivemos nesses mais de 10 anos de amizade, me deixa apreensiva e com medo. É realmente isso que eu quero? Eu não sei. E é por isso também que estou evitando Calum, estou adiando isso ao máximo até saber se é realmente o melhor. Dorothy diz que esse meu receio todo significa que obviamente eu não quero isso, que eu quero sim Calum de volta na minha vida. Mas que a nossa amizade só vai ser saudável e bem-vinda quando os dois deixarem de sentir o que sentem um pelo outro ou... aceitar o romance a partir dessa amizade. Mas ela também diz que eu não preciso disso agora. Ela é confusa ou talvez eu seja muita para acompanhar sua linha de raciocínio.
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(dis)connected | cth
RomanceAmelia sempre foi uma garota muito intensa, romântica e autoconfiante até demais. Sua vida sempre foi repleta de alegria e amor, pois tinha muitos amigos. Um deles, Calum, era seu melhor amigo. Se conheceram ainda pequenos e o laço só se tornou mai...