two: it kills me not to tell you, you're my best friend

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       - Você quer que eu vá aí? Resolver isso pessoalmente me parece ser mais certo...

       - Ah, agora o bonitão talarico sabe o que é certo e errado? Por telefone tá ótimo, não tô muito afim de ver sua cara, Hood. - riu sem humor.

      - Escuta aqui, Hemmings, até onde eu sei, você também não é o príncipe perfeito que sempre fingiu ser, certo? Aquilo só rolou porque nós dois estávamos bêbados. E ela me disse que você e Gabi estavam sóbrios. Você não tem muita noção do que é certo e errado também, né?

         - Ah, então agora nós vamos por nossos erros numa balança? Você acha que tem moral pra falar dos meus erros, Calum?

          - Não. Eu sei que não. Dá pra gente ter uma conversa civilizada? - ouvi ele suspirar do outro lado da linha e tenho certeza que agora deveria estar mordiscando aquela maldita argolinha preta de metal.

        - Tá, fala.

        - Olha, Luke, eu sei que eu fui um tremendo babaca durante esse ano. Com você, Mellanie e Amy principalmente. E eu sinto muito, de verdade. Sinto muito por não ter sido honesto com você sobre o que eu sentia pela Amelia, sinto muito ter sido um cuzão com você por conta do meu ciúmes idiota e sinto muito por ter beijado ela... Eu sei que sou todo errado, mas eu nunca quis de verdade magoar nem um nem o outro. Mas... cara, é difícil ver a pessoa que você gosta com outro e mais difícil ainda ver que essa outra pessoa também é seu amigo. Eu tentei ficar feliz por vocês, de verdade, e tinha momentos que eu realmente ficava, mas isso não facilitava tudo.

   
       Eu não tinha tanta certeza assim se Luke entenderia. Muito menos se ele iria me perdoar, não estava com muitas esperanças para nada. Embora eu quisesse me resolver logo com ele e saber que estamos bem e que nada disso abalaria nossa amizade, eu sabia que não era tão simples assim. Ele suspirou e ficou quieto por alguns momentos. 1, 2, 3, 4, 5, 6... 15, 16, 17...

        - Calum... - finalmente disse depois de 17 segundos em silêncio. - Eu tô bravo com você, me sentindo enganado e traído e não só pelo beijo de vocês ontem, mas também por todos esses meses... Sei que não tiveram nada, eu não duvido disso, acredito nela e em você. Bom, eu fui traído, será que tô sendo muito ingênuo? - riu sem humor, pensando alto, eu nem saberia responder isso. - Enfim, vocês podem até não ter me traído com ações, mas com pensamentos sim... Ela continuou gostando de você todo esse tempo e você dela... Mas... Sabe de uma coisa? Você disse uma coisa certa há pouco: eu não sou um príncipe perfeito. Eu durante esse tempo todo ainda nutria sentimentos pela Gabi e mantinha ela na minha vida... eu errei com a Amy também. Nós dois erramos...

       Espera... Isso está realmente acontecendo? Eu esperava um acesso de fúria dele, mas ele está sendo... empático? Pacífico?  Compreensivo? Balança a cabeça e volto a prestar atenção em suas palavras:

          - ... Eu não me arrependo de ter namorado ela, mas sei que não deveríamos ter entrado num relacionamento com o coração preso a outras pessoas. E é por isso, que eu perdoo você e perdoei ela. Eu não posso julgar os dois sendo que também errei feio nisso tudo, não sou hipócrita a esse ponto, porém também não estou anulando seu erro, viu? Mas eu entendi muito bem o que você fez, Calum. Você desistiu dela por minha causa. - A voz dele estava um tiquinho embargada, só de imaginar ele chorando ao telefone comigo tive vontade de rir. Mas era bem capaz de eu cair no choro também. - Obrigada por isso. Você pode ter errado mesmo, mas foi um ótimo amigo. Eu tô sentindo uma raiva hipócrita de você agora - nós dois rimos. - , mas eu te amo, seu cuzão, só não fala comigo por um tempo. Risco de eu socar esse nariz de batata.

(dis)connected | cthOnde histórias criam vida. Descubra agora