ten: baby, baby, I'll forget you not

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Amy Martin

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Amy Martin


A música. A declaração. O beijo.

O que eu faço agora?

         Uma mão dele continua pousada no vão de meu pescoço e a outra acaricia minha cintura me mantendo perto de seu corpo. Esse beijo é calmo, apaixonado, sereno e carinhoso. As borboletas que vivem em mim estão voando loucamente desde o momento que comecei a ler a letra daquela canção. Toda vez que beijo esses lábios me sinto mais atraída por eles, estou dependente dos beijos de Calum. Sinto que são tão essenciais como o oxigênio que eu respiro.

        Esse beijo, sela a promessa de amor que ele acabou de me fazer com essas palavras, com esses sentimentos que ele tem guardado há tanto tempo. Esse beijo pode ser o começo de algo lindo e que eu nunca vivenciei antes. Esse é o nosso momento de tentar? Eu não sei o que eu quero... Estou confusa.

       Ele finaliza o beijo com vários selinhos demorados e, por fim, beija a pontinha do meu nariz e cola nossas testas. Eu sei que seus olhos agora estão abertos procurando pelos meus, mas eu não quero abrir meus olhos. Não quero ter que encará-lo, não quero ter que dizer algo, até porque eu não sei o que dizer.

Eu só queria sumir.

       Calum toma distância do meu corpo pegando em minhas mãos, está me obrigando a abrir os olhos. Eu os abro me deparando com um Calum nervoso, com medo e muito... Vulnerável? Exposto? Suscetível? Desprotegido? Frágil? Quantos sinônimos eu posso usar para dar a ênfase exata de como ele está? Eu nunca o vi assim antes. Ele nunca se abriu desse jeito comigo e isso só me deixa mais tensa ainda. É muita responsabilidade em cima de meus ombros. Eu continuo o encarando sem saber o que dizer, vez ou outra, tento falar algo, mas as palavras certas me faltam e volto a ficar quieta. Eu literalmente esqueci como se falar. Ele está tenso e seu olhar é uma súplica para que eu acabe com esse silêncio ensurdecedor.

         - Mel? - chama apertando carinhosamente minha mão. Fecho os olhos com força suspirando.

        - Eu... - Tento começar a dizer algo, mas o alarme de meu celular toca, eu o coloquei para me lembrar de quando a hora combinada com a professora chegar, eu ir até ônibus. Dou um pulo com o susto e Calum leva as mãos ao coração com um sorriso fraco. - Temos que ir!

         Me largo de sua mão e saio andando para tomar uma distância dele, parece que só agora eu consigo respirar de verdade. Aperto o botão vermelho e alguns metros a frente, uma porta se abre e uma funcionária nos espera com um sorriso. Sorrio de volta e vou andando até a saída desse lugar a passos largos, eu preciso de distância. Calum facilmente conseguiria alcançar meus passos, mas não o faz.

         Decido entrar no ônibus da turma de outro professor, eu preciso do máximo de distância possível de Calum e seu olhar. A viagem de volta a escola me parece tão longa e eu só consigo pensar em tudo que Calum me disse e no beijo... Por que eu fui pedir para ele me mostrar aquela bendita letra? Isso tudo é culpa minha. E agora eu não sei o que fazer. O ritmo de batidas do meu coração ainda não se normalizou. Eu estou surtando!

(dis)connected | cthOnde histórias criam vida. Descubra agora