one: guess I'm still not good enough

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Calum Hood



Aqui se faz, aqui se paga.

       Nunca tinha notado o quão estranho é esse tipo de ditado. Quando isso virou popular? Quem foi a primeira pessoa a vivenciar isso? Será que existe mesmo algum tipo de força que faz com que tudo que você faça, volte para você mesmo? Sejam coisas boas ou ruins...? E por que eu ainda me pergunto? Eu sei muito bem a resposta... estou vivenciado isso agora. Ah, que indelicadeza minha, nem me apresentei: muito prazer, Lei do Retorno. Me chamo Calum, Calum Hood, Calum Thomas Hood. Acho que você pode me chamar de Cal, não é mesmo? Sem formalidades, você tem estado na minha vida há muito tempo, embora eu só tenha parado para notar sua presença de fato agora.

         E por que eu estou triste com isso? Eu mereço tudo isso, não é mesmo? Eu não fui um cara legal, sei disso, sei que poderia ter sido melhor. E mesmo sabendo disso, eu falhei em tentar ser melhor. Talvez eu seja mesmo um grande egoísta, você não acha? Você acha que eu precise de terapia? Por que minha irmã e Ash vivem falando que terapia é a solução para tudo. Será que para isso também serve?

          Bom, pelo fato de eu estar conversando com algum tipo força inanimada, acho que realmente preciso de terapia. Não que eu esteja ficando louco, ou talvez todos nós sejamos um pouco, mas isso diz muito sobre o quão minha cabeça está bagunçada.

          Deixa eu recapitular, caso você não esteja entendendo tão bem minha linha de raciocínio: foi há uma semana, depois de descobrir que Luke estava se encontrando escondido com a ex, acabei contando isso para a atual dele - Mel, não, para você é Amy, só para mim é Mel. - , que coincidentemente é uma grande amiga minha, bom, não sei mais. Enfim, não fiz isso de propósito, ela arrancou a verdade de mim e ainda ficou brava comigo, acredita?! Nós brigamos, ela disse que eu e Luke éramos os homens mais importantes da vida dela e que nós dois a decepcionamos. Acho que é óbvio que fiquei extremamente mal, né?

       Quando eles começaram a namorar, um ciúmes doentio tomou conta de mim e cada ação que eu fazia era dominada por isso. Eu briguei com ela tantas e tantas vezes e tive os piores pensamentos sobre os dois e os julguei. Eu me sentia um lixo por não saber controlar aquilo, afinal, foi eu que desisti dela. E me sentia, triste, rejeitado, excluído, julgado entre outras coisas. Eram várias coisas rolando dentro do meu coração e eu nunca senti tanta coisa ao mesmo tempo.

      Na verdade ainda me sinto um pouco assim. Consegui controlar meu ciúmes com o tempo e melhorar minhas ações, porque todo esse meu comportamento fez Amy se distanciar de mim. E com isso, eu fiquei apenas triste. Não aguentava mais brigar sem parar.

     E tudo foi rolando até os últimos acontecimentos e só a tristeza e a sensação de ter o coração em pedaços, que me domina agora. Controlar a raiva foi bom para me impedir de sei lá, explodir, mas não é o bastante. Ainda me sinto prestes a me afogar em tantas coisas. Queria que ela me salvasse, mas acho que ela prefere que eu me afogue sozinho.

         Aliás, por que eu tô contando tudo isso sendo que você estava assistindo de camarote? Bom, mas agora que eu comecei, vou até o final. Onde eu estava? Ah, sim, claro: eu fiquei muito mal com aquilo e fui direto para minha casa, para meu quarto. Fiquei revirando aquelas palavras na minha mente desejando não ter encontrado Luke e Gabriela e, principalmente, não ter magoado Amy. Olha, geralmente, quando eu estou mal, recorro à ela. Não que eu vá desabafar tudo que eu estou sentindo, mas só de estar perto dela me sinto melhor. Porém como você já sabe, estamos brigados há meses, eu diria. Então nesses meses, tenho afogado as mágoas no álcool. Um pouco clichê, não acha?

   
     E lá estava eu, naquele mesmo bar de sempre, tomando meus shots de tequila quando ela apareceu no meu campo de visão, usando o vestido mais lindo e sexy do mundo. Na hora que eu avistei aquelas tranças azuis balançando de um lado para o outro pelo fato dela estar dançando, cogitei estar ficando louco. Em 10 passos, - sim, eu contei, isso é estranho? - cheguei perto dela. Ela quase caiu no chão, mas eu a segurei. Pois é, ela era real, estava mesmo ali. Sorrindo. Dançando. Feliz. Linda.

(dis)connected | cthOnde histórias criam vida. Descubra agora